Deputado Marcelo Ramos faz balanço da atividade parlamentar, fala sobre a corrida presidencial para 2022 e reafirma oposição ao presidente Bolsonaro e ao ex-juíz Sérgio Moro.
Marcelo Ramos destaca medidas em prol do Amazonas como verbas superiores a R$ 100 milhões para o Estado (Foto: Divulgação)
Pela primeira vez na história do Congresso, o Amazonas tem um representante na vice-presidência da Câmara Federal. O deputado Marcelo Ramos, a ponto de sair do Partido Liberal por divergências quanto à filiação do presidente Jair Bolsonaro, ganhou visibilidade nacional por conta da atuação no cargo e na repercussão dos temas políticos mais sensíveis à nação. A saída do PL e as conversas sobre a campanha presidencial, onde descarta Bolsonaro e Sérgio Moro (Podemos) estão entre os temas do balanço que fez para o Real Time1.
“Foi muito importante ter o Amazonas representado na vice-presidência da Câmara. O Estado foi mais ouvido pelo Brasil”, afirma Marcelo Ramos. À frente do cargo, o parlamentar defendeu a aprovação da transparência das emendas do relator-geral do Orçamento, conforme determinação do Supremo Tribunal Federal (STF); foi autor do projeto que regulamenta o mercado de créditos de carbono no Brasil; e se posicionou contra a PEC dos Precatórios que classificou de “calote”, “fura teto” e “pedalada”.
Para o Amazonas, Marcelo Ramos celebrou a liberação por emendas de mais de R$ 100 milhões para Manaus e interior, com recursos do Ministério da Saúde e Ministério da Cidadania. “Pela segunda vez, consegui mais de R$ 100 milhões para o benefício do Amazonas”, frisou. Também destacou a renovação dos incentivos fiscais ao polo de semicondutores do Estado e a retirada do Polo Industrial de Manaus (PIM) do projeto que mexeu em incentivos fiscais do Polo Naval e que impactava negativamente a produção local.
O ano também é marcado pelo fim de um ciclo com a saída de Marcelo Ramos do PL, o que ele diz que é algo “natural” na Política. “Quando a legenda caminha em rumos diferente do seu projeto político essas coisas acontecem”, diz ele que agradeceu a acolhida do PL de quem diz ter muito carinho.
Já não se pode dizer o mesmo do mais recente afiliado do PL, o presidente Jair Bolsonaro para quem o parlamentar dirige duras críticas. Marcelo Ramos já criticou a política ambiental do governo, as ações em relação à pandemia da Covid-19 e chegou a dizer que o “legado” de Bolsonaro seria o empobrecimento dos brasileiros em 30%.
Ele é evasivo em relação à campanha presidencial de 2022. No fim de semana esteve presente em evento do grupo Prerrogativas que reúne profissionais do Direito e que teve como convidado o ex-presidente e pré-candidato pelo PT, Luís Inácio Lula da Silva. “Lula me chamou no momento e sugeriu uma conversa em janeiro”, disse, mas desvia de assinalar fechamento com a candidatura do petista. “É muito cedo ainda. Nem ele oficializou a candidatura”.
O que é certo é que Marcelo Ramos não sobe no palanque nem com Bolsonaro e nem com Sérgio Moro, pré-candidato lançado pelas bases do lava-jatismo. “Não é o meu estilo. Não faz sentido eu me opor ao Bolsonaro e apoiar alguém que foi ex-ministro dele. Há opções bem melhores que não representam retrocesso”.
Texto: Emerson Medina