Em entrevista à TV RealTime1 no final da tarde desta segunda-feira (19), o deputado culpou Bolsonaro e sua base aliada pela aprovação do Fundo Eleitoral.
Marcelo Ramos pediu para analisar os pedidos de impeachment do presidente (Foto: Divulgação)
“Cuidar da saúde, gerar emprego e garantir comida na mesa do brasileiro não está nos planos de Bolsonaro”. A fala é do deputado federal Marcelo Ramos (PL), durante entrevista à TV RealTime1 nesta segunda-feira (19).
O vice-presidente da Câmara dos Deputados disse que o presidente da República trata muito mal o Amazonas e também destacou que, caso Bolsonaro não vete a LDO com Fundo Eleitoral com aumento para R$ 5,7 bilhões vai se confirmar o que sempre foi: “um fanfarrão”.
De acordo com Ramos, Bolsonaro aprova todas as matérias que quer dentro da Câmara dos Deputados. “Nada sai da Câmara se não passar pelo presidente da casa, líder do governo, pelos líderes do partido da base. Um presidente que tem maioria no parlamento, então se ele não quisesse o Fundo Eleitoral o parlamento teria aprovado? Isso soa estranho”, avalia Marcelo.
Ramos destaca que o presidente cedeu ao fundo eleitoral pela pressão dos partidos que dão sustentação a ele. “Hoje, Bolsonaro é muito refém dos partidos que dão sustentação a ele na Câmara e que têm interesse nessa matéria. É mais uma etapa do ‘toma lá, dá cá’ que tomou conta desse governo”, dispara o deputado federal.
Para Marcelo, Bolsonaro fala uma coisa e faz outra. “Se ele não vetar a LDO com o fundo eleitoral de R$ 5,7 bilhões, vai confirmar o que ele sempre foi: um fanfarrão, que fala uma coisa e faz outra. Agora se ele vetar, eu não tenho dúvidas de que ele vai estremecer a relação dele com o Líra e com os líderes dos partidos que dão sustentação ao governo dele”, avalia o deputado federal pelo Amazonas.
O vice-presidente da Câmara dos Deputados explica que é importante entender como houve a aprovação da LDO com um fundo eleitoral de R$ 5,7 bilhões. Para ele, tudo começou na comissão mista, onde estão deputados e senadores, que são da base de apoio ao governo Bolsonaro.
Além disso, Ramos destaca que um dos filhos de Bolsonaro, junto com todos os aliados do presidente da República, votou a favor da LDO sabendo que nela havia o aumento do valor do fundo eleitoral.
Marcelo explica, também, que quando houve possibilidade de uma votação de destaque do Partido Novo, apenas o Novo, Psol, Podemos, Cidadania e Rede caminharam contra o fundão. “Isso significa que todos os partidos da base do governo, inclusive o líder do governo, encaminharam favorável ao governo e contra o destaque do Novo“.
Hoje, a Câmara dos Deputados tem protocolado 127 pedidos de reabertura de impeachment contra o presidente Bolsonaro. Em todos os pedidos nunca houve apreciação por parte do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL).
“Eu quero receber esses pedidos, fazer uma análise jurídica e verificar se há fundamento e indícios de crimes de responsabilidade. Por que pode acontecer de, na ausência do Arthur Lira, eu assumir a presidência da Câmara. Então, eu quero estar seguro se existe fundamentos ou não para esses pedidos de impeachment”, explicou Marcelo Ramos.
Mais cedo, Marcelo havia respondido a uma ofensiva de Bolsonaro declarando que havia solicitado à presidência da Câmara cópias de todos os pedidos de impeachment protocolados na Casa contra Jair Bolsonaro.
Confira a entrevista na íntegra:
Texto: Isac Sharlon
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