Bancada afirma que a medida acaba de vez com as vantagens da Zona Franca de Manaus (ZFM) no setor de concentrados e teme a saída de empresas como Coca-Cola e Ambev.
Desta vez, Jair Bolsonaro atacou o polo de concentrados, zerando o IPI do setor. (Foto: Reprodução)
A bancada federal do Amazonas reagiu a mais um decreto do presidente Jair Bolsonaro, que agora atacou o polo de concentrados, zerando o IPI do setor. Os parlamentares afirmam que a medida acaba de vez com as vantagens da Zona Franca de Manaus (ZFM) e temem a saída de empresas como Coca-Cola e Ambev.
Líder da bancada, o senador Omar Aziz (PSD) divulgou um vídeo criticando Bolsonaro e disse que o decreto destrói um polo inteiro.
“Esse ataque atinge os trabalhadores de Manaus e também do interior, efetivamente de Maués, que produz guaraná, e Presidente Figueiredo, que produz o açúcar da Coca-Cola. São 7 mil empregos diretos em risco. Um absurdo às vésperas do dia do trabalhador”, escreveu Omar.
Segundo o senador os concentrados não têm influência sobre a inflação. “O presidente tem consciência do que está fazendo”, falou.
O senador Eduardo Braga (MDB) também se manifestou em vídeo. “Isso, obviamente, é mais uma ação para enfraquecer a Zona Franca de Manaus, Nossa esperança, nesse momento, é exatamente o Supremo Tribunal Federal que, ao longo desses 55 anos [da ZFM), nos momentos graves e críticos sempre defendeu o modelo Zona Franca”, disse.
Marcelo Ramos (PSD) se disse indignado com a publicação. O deputado lembrou que, em reunião com o governador Wilson Lima, Bolsonaro prometeu resguardar a Zona Franca.
De acordo com o parlamentar, além de prejudicar os empregos, a decisão afeta a imagem do Polo Industrial de Manaus (ZFM) no mercado internacional.
“Nós temos em risco, e risco gravíssimo, o polo de concentrados instalado em Manaus. E, notadamente, o impacto sobre duas grandes marcas mundiais: a Coca-Cola e a Ambev. Se a Coca-Cola e a Ambev saírem de Manaus, e essa é a tendência se esse decreto não for revertido, nós temos uma imagem para o mundo de que a Zona Franca de Manaus não é um lugar seguro”, avaliou.
O deputado federal Zé Ricardo (PT) afirmou que a medida desestimula as empresas instaladas em Manaus. “Ao zerar a alíquota dos concentrados de refrigerantes o Bolsonaro acaba com as vantagens da ZFM. As empresas não terão mais razão para ficar em Manaus. A perspectiva é de fechamento de fábricas e desemprego. Mais trabalhadores na rua. Que tristeza para muitas famílias”, publicou.
Apesar da movimentação da indústria e de parte da bancada federal, os deputados bolsonaristas Capitão Alberto Neto (PL) e Delegado Pablo (União Brasil), mais uma vez, silenciaram. Os dois sequer se manifestaram nas redes sociais.
Da redação
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