Documentos, fotos e relatos obtidos pela Pública mostram que agências de comunicação, a serviço do IFood, monitoraram movimentos grevistas de entregadores por meses.
A estratégia foi descrita em reportagem da Agência Pública (Foto: Divulgação)
O iFood teria contratado duas agências de comunicação para desmobilizar movimentos de entregadores de comida que reivindicam aumento das taxas repassadas pelo aplicativo e melhorias nas condições de trabalho.
A estratégia do aplicativo de delivery teria ainda infiltrado uma pessoa num protesto para desviar a atenção da pauta principal. A estratégia foi descrita em reportagem da Agência Pública, de jornalismo investigativo, na última segunda-feira.
Documentos, fotos e relatos obtidos pela Pública mostram que as agências de comunicação, a serviço do IFood, monitoraram movimentos grevistas de entregadores por meses.
Segundo a reportagem, as agências teriam produzido campanhas virtuais para circular conteúdos contrários a paralisações da categoria, além de mediar críticas feitas ao iFood numa ação que teria envolvido a criação de perfis falsos nas redes sociais.
De acordo com a investigação da Pública, um funcionário de uma agência se infiltrou numa manifestação dos entregadores em 16 de abril de 2021. Carregando uma faixa de cerca de três metros, ele pedia “vacina para os entregadores de aplicativos já”.
Ao fomentar a pauta da vacinação, a ação teria como objetivo desviar o foco do protesto — as condições de trabalho dos aplicativos de delivery — e esvaziar a greve.
A reportagem diz que as agências Benjamim Comunicação e Social Qi (SQi) atuaram a serviço do iFood entre julho de 2020 e, pelo menos, novembro de 2021. A segunda teria sido subcontratada pela primeira em 2021.
Uma das fontes que teria acompanhado o trabalho das agências, cujo nome não foi revelado para evitar retaliações, afirmou à Pública que o objetivo das páginas era “suavizar o impacto das greves e desnortear a mobilização dos entregadores”.
Da Redação, com informações de O GLOBO
Leia mais: