Na votação do Fundo Partidário no Congresso Nacional, apenas dois deputados votaram contra o aumento para R$ 5,7 bilhões, Marcelo Ramos foi duramente criticado por Bolsonaro.
Após votarem pela aprovação do projeto, os parlamentares são favoráveis ao veto (Foto: divulgação)
O veto ao artigo da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) que elevou o Fundo Partidário para R$ 5,7 bilhões prometido pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não agradou parte dos parlamentares do Amazonas no Congresso Nacional, mas deverá ter apoio da bancada caso a pauta chegue ao Congresso, que tem o poder de derrubá-la.
O senador Plínio Valério (PSDB), por exemplo, votou de maneira contrária à aprovação do projeto durante a apreciação da LDO e considerou o corte para R$ 4 bilhões, planejado pelo presidente, ainda pouco, principalmente em decorrência do momento difícil vivenciado no Brasil em virtude da pandemia.
“Eu acho que o corte ainda é pouco. A gente podia ter ficado, até em solidariedade ao sofrimento pelo que passa o país, com menos volumes, com o mesmo volume [de recursos] da eleição passada R$ 2 bilhões e pouco”, declarou o senador.
Já o deputado Delegado Pablo (PSL) tentou justificar seu voto favorável ao ‘fundão’ devido a necessidade de aprovar o pacote da LDO, mas declarou seu posicionamento contrário ao aumento nos recursos para campanhas e lembrou que dentre os atuais membros da bancada amazonense somente ele declarou não ter usado recursos do Fundo Partidário. Porém, Pablo disse preferir que o financiamento seja mesmo público e não privado para impedir a dependência de políticos aos empresários.
“Nós voltaríamos a estaca zero do orçamento, teríamos que refazer o orçamento de novo e correr o risco de muita gente ficar sem salário, o hospital ficar sem remédio. Aprovamos a LDO com a briga do fundo eleitoral, porque a maioria dos parlamentares, inclusive eu, é contrário ao aumento caso não houvesse o veto”, enfatizou o parlamentar do PSL.
Atacado por bolsonaristas e pelo próprio presidente, o vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos (PL), cobrou o veto completo ao Fundão e lembrou que logo quando houve a aprovação do aumento, o parlamentar alertou que o prometido veto era um ‘jogo de cena’.
“Neste ano, eles colocaram 25% do orçamento da Justiça Eleitoral, então se vetar fica zero, não tem como diminuir de 25% para 10%. Ninguém vai ter dinheiro [para a campanha eleitoral em 2022]”, disse Ramos.
Como argumento para não vetar completamente o Fundo Partidário, Bolsonaro alegou que poderá ser indiciado por crime de responsabilidade, por isso manteria o Fundão com R$ 2 bilhões. Segundo ele, o aumento seria em virtude da correção inflacionária.
Texto: Giovanna Marinho
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