A Câmara Municipal de Manaus voltou, após quatro dias de sessões plenárias, a discutir e votar projetos de leis apresentados pelos vereadores. No total os vereadores discutiram 15 propostas, nesta quarta-feira (3), mas nenhuma tratava de ações de combate à pandemia da Covid-19, doença que bateu o recorde de mortes no País (1.726 nesta terça-feira), e cujo epicentro inicial das ondas tem sido Manaus.
A grande preocupação do dia foram as sacolas plásticas. Durante mais de meia hora os vereadores deliberaram sobre a proposta de venda de sacolas plásticas em estabelecimentos comerciais.
A atuação dos vereadores foi criticada pelo sociólogo Francinézio Amaral, que criticou o debate sobre um tema secundário em meio a situação caótica que Manaus se encontra.
“O impacto do uso de sacolas plásticas é ínfimo, frente à poluição causada pela geração de outros resíduos produzidos pelo consumo exacerbado. Portanto, uma proposta dessa, em suma, não traz mudança significa para a proteção ambiental se não estiver atrelada a uma série de outras medidas. Chega a ser surreal ver a CMM discutindo tal projeto de lei em meio ao caos pandêmico em que Manaus se encontra! A falta de empatia dos vereadores fica escancarada, quando vemos que nenhum deles, de nenhuma sigla/ideologia, se mostra com vontade para pensar alternativas eficientes para conter as mortes pela Covid-19”, afirmou.
Discussão
Os vereadores levantaram vários questionamentos a respeito do projeto de Lei, de autoria da vereadora Glória Carrate (PL), como o impasse entre o prejuízo e benefício que tal PL pode trazer, como a perda de empregos e o fato de serem maléficas ao meio ambiente. Já que é um dos itens que mais polui igarapés na cidade são as sacolas plásticas.
Na deliberação no projeto, os vereadores Rodrigo Guedes (PSC) e William Alemão (Cidadania) foram os únicos que votaram contra o andamento do projeto na Casa. Mesmo assim, o PL foi encaminhado para a 2ª Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR).
Texto: Milena Soares
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