sexta-feira, 26 de abril de 2024

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Enfermeira do AM representará o Norte em audiência da CPI da Covid

Senadores da CPI da Covid se reunirão, nesta sexta-feira (15), para aprovar a realização de audiência pública com homenagens aos parentes de vítimas da pandemia.
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Enfermeira

A enfermeira amazonense Mayra Pires Lima, que trabalha numa unidade de saúde de Manaus e perdeu uma irmã por conta do colapso no fornecimento de cilindros de oxigênio na capital amazonense no início deste ano, será uma das familiares de vítima da Covid que serão ouvidas, na próxima segunda-feira (18), em audiência pública no Senado Federal promovida pela Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid-19. A irmã de Mayra deixou quatro filhos.

O requerimento para convocá-la e mais familiares de vítimas, representantes de cada região brasileira, foi apresentado pelo vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede/AP), e será deliberado em reunião remota convocada pelo presidente da comissão, senador Omar Aziz (PSD), para às 10h desta sexta-feira (15).

Além do requerimento da audiência pública com parentes dos mortos, Omar colocará em discussão também a convocação do médico pneumologista Carlos Roberto Ribeiro de Carvalho.

O médico Carlos Carvalho é o responsável por coordenar um estudo com parecer contrário ao uso dos remédios do chamado “kit covid” no combate ao coronavírus. O estudo seria avaliado pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias do Sistema Único de Saúde (Conitec), mas foi retirado da pauta do órgão.

“Propagandeados pelo presidente Jair Bolsonaro ao longo de toda a pandemia, os medicamentos (cloroquina, hidroxicloroquina, ivermectina e azitromicina) são agora comprovadamente ineficazes contra a doença”, alertou Randolfe em seu requerimento. 

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Vítimas

O senador argumenta ainda que ouvir as vítimas do novo coronavírus é importante nesta reta final de trabalhos da comissão e é “uma forma de se dar voz a milhares de outras famílias brasileiras que foram dilaceradas pela pandemia”. 

Conforme proposto pelo requerimento do parlamentar, os convidados representam as cinco regiões do país:

* Norte: Mayra Pires Lima, enfermeira de Manaus. Perdeu a irmã, que deixou 4 filhos, por conta do colapso no fornecimento de cilindros de oxigênio em Manaus, no início deste ano;

* Nordeste: Geovana Dulce, jovem de 19 anos. Perdeu a mãe e terá a guarda da irmã de 10 anos, sendo a nova chefe da família; 

* Sudeste: Kátia Shirlene Castilho dos Santos. Perdeu pai e mãe. Ela acompanhou a mãe em sua internação na Prevent Senior, em São Paulo, e o tratamento com base no “kit covid”;

* Sul: Rosane Brandão. Perdeu o marido, que era professor da Universidade Federal de Pelotas;

* Centro-Oeste: Jarquivaldo Bites Leite. Em tratamento com graves sequelas. Por impedimento médico de viajar de avião, virá de carro com acompanhante.

Segundo Randolfe, além destes convidados, devem estar presentes ainda um representante da ONG Rio de Paz e o taxista Marcio Antônio do Nascimento Silva, que perdeu o filho para a covid-19. Em abril de 2020, na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, Silva recolocou as cruzes que lembravam as vítimas da doença, numa manifestação simbólica pelo combate à pandemia. 

Reta final

A oitiva dos médicos e das vítimas está prevista para 18 de outubro. No dia 19, será feita a apresentação de leitura do voto do relator, senador Renan Calheiros (MDB-AL). A votação está marcada para o dia seguinte, após a vista coletiva ao relatório. 

Nas redes sociais, durante o feriado, o presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), lembrou que a comissão vem prestando serviços importantes ao país, e “o que mais for útil para contribuir para o debate será bem-vindo”. 

“Agora vamos tentar tirar o máximo do médico Carlos Carvalho. Ele também está pesquisando  um protocolo de medicamentos para serem usados nas unidades básicas de saúde no tratamento da covid. Não esse ‘tratamento precoce’ propagado pelo governo, onde até a bula de um remédio tentaram mudar por decreto. É um estudo sério”, informou o presidente da CPI. 

Em outra postagem, Aziz disse ainda que, apesar de a CPI não ouvir pela terceira vez o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, ele não não será esquecido pelo relator. O comando da CPI chegou à conclusão de que o chefe da pasta não teria muito mais a acrescentar ao relatório final.

Texto: Gerson Severo Dantas, com informações da Agência Senado

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