O historiador avalia que a decisão do governo do Pará de fechar a divisa do Estado com o Amazonas, para embarcações, acirra a rivalidade entre os povos vizinhos.
O historiador disse que o bloqueio acirra a indisposição entre amazonenses e paraenses incentivando a rivalidade histórica entre os Estados vizinhos. Foto: Reprodução/Internet
O historiador Robério Braga chamou de despropósito e lamentou a atitude do governador do Pará, Helder Barbalho (MDB) de fechar a divisa do estado, proibindo a circulação de embarcações, com o Amazonas.
“A doença já mostrou que não tem fronteira. O mundo viu suas fronteiras entupidas pela doença ao mesmo tempo e vem o governo do Pará com despreparo político, humano, cultural e social”, desabafa Robério.
“Ele não sabe o que faz. Vamos perdoar o governador do Pará. Ele não sabe o que está fazendo”, explica.
Na avaliação do ex-secretário de cultura do Amazonas, o bloqueio acirra a indisposição entre amazonenses e paraenses incentivando a rivalidade histórica entre os Estados vizinhos.
“Ao fazer uma revisão histórica verifico que as autoridades paraenses sempre procuraram massacrar, diminuir, menosprezar e usufruir das riquezas do Amazonas”, explica.
– De parte do povo não há nada além de uma rixa de time de futebol, analisa.
Robério Braga lembra que o Amazonas era um território do Pará e as autoridades (do Pará), historicamente, nunca se convenceram de perder as nossas riquezas da floresta, minerais e culturais.
Essas diferenças existem em todo Brasil, lembra.
O historiador disse que diante da decisão o Amazonas tem, no campo da diplomacia, o direito de aplicar o princípio internacional da reciprocidade, aceito nas relações políticas.
Contudo, na opinião dele, seria desumano com as populações menos favorecidas abandonadas pelo governo do Pará.
“Não defendo a aplicação do princípio e não seria o comportamento cultural do povo do Amazonas. O princípio maior, sobretudo, neste momento é de humanidade: acolher todos aqueles que estejam precisando”, disse.
De acordo com Robério, “cada um dá o que tem. O governo do Pará, contra a vontade do povo, está dando o que ele tem. Vamos dar o que nós temos: solidariedade, afeto, respeito, carinho e cuidar de todos independente da origem”, pondera.
O governador do Pará, Helder Barbalho, justificou que a medida preventiva para frear o avanço da pandemia no estado vizinho, após o surgimento de uma nova variante do vírus no Amazonas.
Leia mais: