Na tentativa de rebater críticas com relação ao aumento nos registros de focos de incêndio na Amazônia, e contrariando dados sobre o desmatamento da floresta, o presidente Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta segunda-feira (15) que a floresta se encontra hoje em níveis de preservação iguais aos do início da colonização portuguesa, em 1500.
A declaração foi dada durante a abertura do Invest in Brasil Forum, em Dubai, nos Emirados Árabes. No evento, Bolsonaro tenta articular a criação de uma agência da Embratur em Dubai, que servirá como “escritório de turismo” brasileiro no país árabe.
Durante discurso, disse que os ataques à política ambiental brasileira feitos durante a conferência da ONU para mudanças climáticas, a COP26, “não são justos”.
“Os ataques que o Brasil sofre quando se fala em Amazônia não são justos. Lá, mais de 90% daquela área está preservada, está exatamente igual quando foi descoberto no ano de 1500. A Amazônia é fantástica”, disse o presidente.
Além disso, o presidente brasileiro convidou os participantes a conhecerem a região, que definiu como um turismo para “um paraíso na Terra” e acrescentou que a floresta, por ser úmida, “não pega fogo”.
“Nós queremos que os senhores conheçam o Brasil de fato. Uma viagem e um passeio pela Amazônia é algo fantástico, até para que os senhores vejam que a nossa Amazônia, por ser uma floresta úmida, não pega fogo. Que os senhores vejam realmente o que ela tem. Com toda certeza, uma viagem inesquecível”, afirmou Bolsonaro.
Dados confirmam desmatamento na Amazônia
As afirmações do presidente brasileiro sobre a Amazônia, no entanto, esbarram em relatórios recentes como o do MapBiomas apontando que, entre 1985 e 2020, 16,4% da floresta havia sido queimada pelo menos uma vez.
Na sexta (12), o Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontou que a área de alerta de desmatamento da Amazônia Legal em outubro de 2021 foi a maior para aquele mês dentro dos últimos sete anos. Registrou-se 877 km² de devastação da floresta na Amazônia, um aumento de 5% em relação a outubro de 2020.
*Com informação do site Congresso em Foco
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