Senadora também acusou o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Onyx Lorenzoni, de usar documentos falsos para tentar defender o governo e refutar os irmãos Miranda.
Senadora fez uma análise dos documentos apresentados por Onyx e mostrou fraudes evidentes até na língua inglesa. (Foto: Reprodução).
A senadora Simone Tebet (MDB/MT) afirmou, nesta sexta-feira (9), que o contrato firmado entre o Ministério da Sáude e a Precisa Medicamentos para a compra de 20 milhões de doses da vacina Covaxin, produzida pela farmacêutica indiana Bharat Biotech, era todo ilegal e sinaliza que havia um esquema de corrupção no centro da execução dele.
Simone chegou a essa conclusão após ouvir o servidor do Ministério da Saúde William Amorim, responsável por apontar erros em três versões da invoice (nota fiscal internacional) emitida para cobrar US$ 4 milhões pelas primeiras quatro milhões de doses iniciais que deveriam estar no Brasil no dia 17 de março. Amorim afirmou que até o nome do ministério estava errado. “Até a terceira versão continha erros, como na definição de doses e no certificado de transportes”, contou.
William Amorim apontou também que não é comum o pagamento da invoice ser direcionado a uma empresa cujo nome não constava do contrato. No caso do contrato Precisa-Ministério, no receber do pagamento deveria constar a Precisa, mas na invoice consta a Madison Medical, uma empresa instalada no paraíso fiscal de Cingapura.
A senadora ainda fez uma análise das invoices apresentadas pelo ministro-chefe da Secretaria de Governo, Onyx Lorenzoni, e concluiu que ele mostrou documentos falsos para defender o governo das acusações feitas pelo diretor de Importação do Ministério da Saúde, Luís Ricardo Miranda, junto ao irmão dele, o deputado federal Luís Cláudio Miranda (DEM/DF).
Os irmãos denunciaram a corrupção no negócio entre o ministério e a Precisa para a compra da Covaxin. Eles até denunciaram o caso ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que não tomou qualquer medida para barrar o negócio.
Texto: Gerson Severo Dantas
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