sábado, 7 de setembro de 2024

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Igreja evangélica vira palanque de pré-campanha de Coronel Menezes

Menezes fez videochamada com o presidente Bolsonaro na sede do Ministério Internacional da Restauração. Ato pode ser tipificado como antecipação de propaganda eleitoral.
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Menezes

O altar da igreja Evangélica Ministério Internacional da Restauração (Mir) virou, neste fim de semana, palanque eleitoral para a pré-campanha ao Senado do ex-superintendente da Zona Franca de Manaus (Suframa), Alfredo Menezes (Patriota).

Em uma clara tentativa de influenciar o voto de fiéis da denominação religiosa, Menezes fez uma videochamada com o presidente Jair Bolsonaro (PL) na sede da igreja, na Ponta Negra.

Durante pouco mais de um minuto, Bolsonaro fez compromissos vagos com a plateia e se comprometeu em defender uma pauta “cristã” contra o aborto, em favor da família, contra a legalização das drogas e apelou também para uma defesa das crianças na sala de aula.

“Não é uma luta da esquerda contra direita. É uma luta do bem contra o mau”, disse Bolsonaro que chegou a ser saudado pelos fieis evangélicos como “mito”. O vereador Marcel Alexandre (sem partido) é pastor do Mir e apoia a pré-candidatura de Menezes ao Senado.

Na prática, além de poder ser enquadrado como antecipação da campanha eleitoral, a videochamada poderia também ser tipificada como abuso de poder religioso.

No sábado (19), Menezes participou de um adesivaço promovido pelo movimento Direita Amazonas. Ao RealTime1, a advogada Maria Benigno, especialista em Direito Eleitoral, disse que a prática pode ser configurada como propaganda eleitoral antecipada.

Abuso do poder religioso

Em 2020, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) discutiu a possibilidade de punição do poder religioso, com a cassação do mandato dos candidatos eleitos com ajuda de igrejas e templos religiosos.

O entendimento era que esse tipo de abuso era parecido com os abusos de poder econômico e político, que já existem e podem levar à cassação de mandatos. No entanto, em agosto do ano passado, a Corte Eleitoral rejeitou instituir abuso de poder religioso em ações que podem levar à cassação. 

Texto: Jefferson Ramos

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