O setor da navegação iniciou o ano com queda de 70% no faturamento, em relação a igual período de 2020. O transporte rodoviário teve redução de 86% no fluxo de passageiros.
Menor faturamento acarreta paralização de embarcações (Foto: Reprodução)
Os segmentos dos transportes fluvial e rodoviário do estado do Amazonas sentem os reflexos das restrições decorrentes da pandemia da Covid-19.
Somente em janeiro deste ano, o setor da navegação amargou queda de 70% no faturamento, em relação a igual período de 2020. No transporte rodoviário intermunicipal a redução foi de 86% no fluxo de passageiros.
Segundo o conselheiro do Sindicato das Empresas de Navegação Fluvial no Estado do Amazonas (Sindarma), Dodó Carvalho, de março a dezembro de 2020 o faturamento do transporte misto (de passageiros e de cargas) teve redução de 50% em comparação ao ano anterior.
“Se não há locomoção de passageiros, consequentemente, há redução no volume de cargas transportadas. Fomos altamente atingidos”, disse.
Carvalho ainda informou que embarcações começam a interromper as operações por baixa demanda.
“A embarcação precisa de manutenção e se a demanda e o faturamento reduziram drasticamente, com que recurso o proprietário manterá o bom funcionamento?. Em nenhum momento vimos um aceno do governo no sentido de apoiar essa atividade”.
Para Dodó Carvalho, a alternativa para dar fôlego ao setor seria a redução do ICMS do diesel; ou ainda, a abertura de linha de crédito às empresas.
“Teríamos várias ações que o governo poderia ter feito como a redução do ICMS do diesel para baratear o custo e continuar a atividade de carga, essencial para o abastecimento dos municípios. Poderia ter aberto uma linha de crédito para empresas de transporte misto, que elas pudessem se autofinanciar e seguir na sua atividade”, sugere.
Conforme dados da Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados e Contratados do Amazonas (Arsepam), em janeiro deste ano 10.147 passageiros saíram da rodoviária com destino a outros municípios. Em janeiro do ano passado esse número foi de 75.237 pessoas. A redução foi de 86% no fluxo de passageiros.
“Houve uma diminuição significativa no fluxo de rotas e passageiros desde março do ano passado, momento em que o transporte foi suspenso pela primeira vez. Retornamos meses depois, mas o número de passageiros e rotas continuou inferior ao de antes da pandemia”, disse o coordenador do setor de transporte, Fábio Júnior.
Reportagem: Priscila Caldas
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