Faltando três dias para o vencimento de decreto, uma nova rodada de reivindicações será apresentada pelo segmento em reunião com o governo do estado nesta sexta-feira.
Na semana passada, algumas reivindicações do comércio foram atendidas pelo governo (Foto: RealTime1)
“É uma briga incansável”. É desta forma que o vice-presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Manaus (CDL Manaus), Ezra Benzion, define as negociações por flexibilizações realizadas pelo setor do comércio junto ao governo do estado.
Faltando três dias para o vencimento do decreto que determinou restrições de circulação de pessoas por 24 horas em todo o estado e o fechamento total de atividades consideradas não essenciais, uma nova rodada de reivindicações deverá ser apresentada pelo segmento em reunião que vai acontecer nesta sexta-feira (5) junto ao governador Wilson Lima (PSC) e ao Comitê de Enfrentamento à Covid-19.
“Temos levado pedidos todas as semana para que sejam feitas flexibilizações. Conseguimos algumas na semana passada, como a liberação de vendas de peças de motos, material escolar e artigos para bebês. Essa semana vamos apresentar novos pedidos. Vamos apresentando esses pedidos de acordo com o que temos de defesa para esses pedidos”, disse Ezra.
Questionado sobre quais seriam estas demandas, o vice da CDL Manaus preferiu não entrar em detalhes, para não atrapalhar as negociações.
“Temos que falar primeiro com o governador e com o Comitê de Crise. São eles que aprovam ou não os nossos pedidos e que comunicam o que será feito”, justificou.
Já o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Amazonas (Fecomércio-AM), Aderson Frota, reclama que, desde o início da pandemia, o comércio sempre foi visto como o causador, ou o contribuinte, para a ocorrência da Covid-19 no estado. Visão que, na opinião dele, não condiz com a realidade.
“Percebemos, quase 20 dias após o fechamento das lojas que os índices de contaminação, as demandas hospitalares e as mortes continuam em ascensão. Por via lógica de raciocínio, isso significa que o comércio não é o vilão que todo mundo aponta”, criticou.
Na opinião de Frota, os representantes do setor comercial precisam aprender a conversar com todas as autoridades, principalmente aquelas que determinaram o fechamento do comércio, para mostrar qual é a missão do comércio.
“Nosso papel é atender à população em suas necessidades básicas. Além disso, o comércio é o maior empregador do estado do Amazonas e o maior recolhedor de ICMS. Essas missões têm que ser compreendidas. Não pode ficar sobre os nossos ombros a responsabilidade sobre a proliferação da pandemia. Isso é injusto e, acima de tudo, insensato”, avalia.
Ele finaliza acrescentando que, diante da importância do setor comercial para a economia do estado, a perspectiva é de que as autoridades melhorem suas avaliações e se sintam muito mais próximas da realidade que o comércio representa.
“Esperamos que as autoridades consigam, aos poucos, criar medidas de flexibilização que permita ao setor ir voltando ao normal. Nesse momento, vemos riscos para a queda de arrecadação do governo, vemos riscos pelas perdas e empregos”, acredita.
Reportagem: Lucas Raposo
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