Para os parlamentares, após análises apresentadas por especialistas durante audiência pública, no Senado, ficou evidente a possibilidade de monopólio e aumento nos preços.
Senadores defendem manutenção da Reman sob comando da Petrobras (Foto: Reprodução)
Os senadores Omar Aziz (PSD) e Plínio Valério (PSDB) se uniram ao Sindicato dos Petroleiros do Amazonas (Sindipetro-AM) para tentar reverter a ação de compra da Refinaria de Manaus (Reman). Os parlamentares acreditam haver a possibilidade de anulação do contrato de compra e venda da refinaria, mantendo-a na estrutura do sistema Petrobras.
A mobilização tenta impedir que, conforme análises apresentadas por especialistas durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) no Senado, a venda da refinaria transforme a comercialização em um monopólio privado regional e promova a disparada nos preços dos combustíveis.
Autor do pedido da realização da audiência, o senador Plínio Valério (PSDB), disse que acredita na interrupção e encerramento do trâmite da venda da refinaria. Ele afirma que as informações obtidas na reunião serão repassadas aos demais senadores e autoridades com o intuito de alcançar maior repercussão e força para manter a refinaria sob condução da Petrobras.
“Atendemos ao pedido dos petroleiros, que precisavam ser ouvidos. O objetivo é ecoar o grito de quem está reclamando. Ficou claro, a partir do pronunciamento dos especialistas, o perigo do monopólio privado, ficando sob o comando da Atem. No monopólio não se controla preço. Por outro lado, existe a preocupação com os trabalhadores e empregos”, disse.
“A refinaria ainda não foi vendida e quem sabe ‘gritando’, ‘ecoando’, a venda possa ser atrapalhada. Trabalharemos contra essa comercialização”, completou Valério.
O senador Omar Aziz também questiona a negociação e afirma que há anos a Petrobras não investe para a melhoria das operações da refinaria no Amazonas. Ele também acredita na possibilidade de reversão das negociações.
“Há anos a Petrobras não investe para melhorias na planta. Há muitos anos a companhia não investe, e nós sabemos que no Amazonas tem petróleo e gás […] A responsabilidade não é da empresa que compra, é de quem vende. O debate não pode ser baseado na empresa compradora, mas na política que o Brasil tem hoje nessa questão”, argumentou.
Com a venda da Reman, o Sindipetro-AM alerta para o monopólio regional privado no estado, aumento dos preços dos combustíveis e risco de desabastecimento local, impactando a população amazonense.
O Sindipetro-AM defende que a Reman pertença ao Sistema Petrobras e mantenha a garantia de preços justos para a população.
Texto: Priscila Caldas
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