Centro das Indústrias do Amazonas vê ameaças à Zona Franca de Manaus (ZFM) com os decretos federais colocando em risco o principal modelo econômico do Estado.
A seleção de quais mercadorias da ZFM entrariam na medida foi feita em conjunto (Foto: Divulgação)
Mesmo a Zona Franca de Manaus (ZFM) sob ataques do Governo Bolsonaro com redução de Impostos sobre Produtos Industrializados (IPI), e recentemente também no Polo de Concentrados, a secretária especial de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia, Daniella Consentini, diz que a competitividade do principal modelo econômico do Amazonas foi preservada.
Segundo ela, o mais recente decreto, publicado pelo Governo Federal na última quinta-feira (28), não impacta 76% do faturamento do Polo Industrial de Manaus (PIM).
“O grupo de produtos da Zona Franca de Manaus segue com redução de 25% do IPI”, explicou.
A equipe de Paulo Guedes diz que a seleção de quais mercadorias da Zona Franca entrariam ou não na medida foi feita em conjunto com a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa).
Mas, diferente da análise da secretária do Ministro Paulo Guedes, o presidente do Centro das Indústrias do Amazonas (Cieam), Wilson Périco, afirma que com os decretos presidenciais todas as indústrias no Amazonas perdem competitividade.
Conforme ele, não só o Amazonas, mas o Brasil também perde já que muitas empresas, por conta da insegurança jurídica, podem fechar suas portas e levar os empregos pra fora do país.
“O maior concorrente por exemplo, da Honda da ZFM é a Honda do México. Portanto, o decreto pode levar milhares de empregos para fora do Brasil”, avalia Périco.
Entre os itens fabricados na Zona Franca que continuarão com corte de 25% do IPI estão aparelhos de ar-condicionado, aparelhos de barbear, aparelhos de som para automóveis, televisores, artigos de joalheria e outros metais preciosos, bicicletas, consoles e máquinas de videogame, fitas impressoras, fornos de micro-ondas, modems, motocicletas e partes, placas-mãe, preparações não alcoólicas para refrigerantes, receptores e decodificadores integrados, relógios de pulso, smartphones e telefones celulares.
O Ministério da Economia não detalhou quais produtos – que respondem por 24% do faturamento do polo industrial de Manaus – terão suas alíquotas de IPI reduzidas em 35%.
Texto: Isac Sharlon
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