Entre 2017 e 2021, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) registrou aumento de 36% no número de matrículas de mulheres – de 651.797 para 888.778.
Além de buscar se qualificar mais, elas estão atentas às tendências do mercado (Foto: Reprodução)
A indústria é um setor em que, historicamente, prevaleceu mão de obra masculina. Nos últimos anos, a participação de mulheres pouco avançou: entre 2010 e 2020, foi de 23,4% para 24,2% do total de trabalhadores. A fim de acelerar essa mudança, as próprias empresas têm criado programas de equidade de gênero cujo pilar é a formação profissional.
O interesse de mulheres pelo setor e pelas profissões da indústria 4.0 tem crescido e pode ser o combustível para reverter as disparidades. Entre 2017 e 2021, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) registrou aumento de 36% no número de matrículas de mulheres – de 651.797 para 888.778. Especificamente na graduação tecnológica, ou tecnólogo, que são os cursos de maior nível de escolaridade e duração, o salto foi ainda maior, de 140%.
Além de buscar se qualificar mais para disputar as vagas, elas estão atentas às tendências do mercado de trabalho e às áreas que mais empregam. Entre os cursos que tiveram maior aumento no número de matrículas de mulheres estão os de Automação e Mecatrônica, Mineração, Logística e Tecnologia da Informação, áreas em crescimento e que respondem por altas taxas de empregabilidade.
Por outro lado, as empresas estão ávidas para aumentar o quadro de mulheres e alcançar metas de equidade de gênero, seguindo estratégias de Governança Ambiental, Social e Corporativa (ESG, na sigla em inglês). São diversas iniciativas espalhadas pelo país para multiplicar o número de mulheres, do chão de fábrica aos cargos de gestão.
Importante empresa do setor de óleo e gás no Brasil, a Ocyan criou um programa de capacitação exclusivo para esse público em 2021, em parceria com o SENAI do Rio de Janeiro. Em menos de um ano, foram realizados três treinamentos: Aprendiz de soldadoras, Auxiliar de Logística/Auxiliar de Plataforma para ambiente offshore, além de um minicurso de empreendedorismo feminino, aberto a mulheres em situação de vulnerabilidade da comunidade.
Vendo que as áreas operacionais e offshore, de atividades em alto mar, são as que têm menor representatividade feminina, a companhia aposta em um conjunto de ações, da seleção, treinamento e ascensão de colaboradoras às diretrizes de RH.
A meta é se tornar referência como empregador inclusivo até 2030 e ter mais mulheres como Ana Santana, que entrou em 2011 como engenheira e hoje é assistente de Gerente de Plataforma e lidera o Grupo de Afinidade Equidade de Gênero. Entre as ações realizadas estão uma pesquisa com mulheres embarcadas, a campanha intrasetorial “O Mar também é Delas” e o retorno flexível após a licença maternidade.
O SENAI registrou aumento de 36% no número de matrículas de mulheres em cinco anos: de 651.797 matrículas em 2017 para 888.778 em 2021. Cresceu não só o número de mulheres que buscaram cursos técnicos, de qualificação, aprendizagem, aperfeiçoamento, graduação tecnológica e pós-graduação, como também a proporção delas no total de matrículas: de 31% de participação em cursos do SENAI em 2017 para 36% em 2021.
Entre os diferentes tipos de cursos, destacam-se os de ensino superior. No geral, as matrículas passaram de 21.619 em 2017 para 37.838 em 2021, um aumento de 75%. Entre as mulheres, porém, o crescimento foi de 140%: o número de matrículas saltou de 6.337 em 2017 para 15.190 em 2021. Ou seja, aumentou a participação delas na graduação tecnológica: de 29% do total de matrículas em 2017 para 40% em 2021.
Fonte: Confederação Nacional da Indústria (CNI)
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