Tempo para fornecimento das motocicletas às concessionárias supera os 30 dias, ocasionando filas de espera. Previsão da Abraciclo é que produção seja normalizada em março.
Contaminações por Ômicron desequilibraram produção de motocicletas (Foto: Reprodução)
Contaminações pela variante Ômicron atingiram parte do quadro de funcionários das fábricas de motocicletas do Polo Industrial de Manaus (PIM), o que resultou em queda e desequilíbrio na produção. Com menor volume de motos em estoque, o tempo para fornecimento dos produtos às concessionárias supera os 30 dias, ocasionando filas de espera. Segundo a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), a previsão para a normalização da produção é em março.
O diretor executivo da Abraciclo, Paulo Takeuchi, afirma que a partir da normalização da produção, a distribuição das motocicletas consequentemente será regularizada. Ele afirma que o tempo médio para que o produto seja entregue ao consumidor, em período normal, é de 30 dias.
Conforme o diretor, a fila de espera é registrada para os modelos de baixa ciclindrada e scooters. Ele afirma que o estoque nas concessionárias já foi normalizado para as motocicletas premium e de uso misto (para uso em rodovias pavimentados ou estradas de terra).
“Acreditamos que a regularização da produção deverá acontecer a partir de março. Com isso, gradativamente, iremos normalizar a distribuição de motocicletas em todo o país”, informou.
Takeuchi comentou que em dezembro o volume de produção foi menor devido às férias coletivas, que sempre ocorrem no último mês do ano, e que a expectativa era de acelerar a curva (produção) em janeiro. Porém, os planos foram comprometidos pela onda de contaminação pela variante Ômicron. Muitos trabalhadores precisaram ser afastados das funções, o que afetou o planejamento produtivo.
“A nova onda de contaminações pelo coronavírus, provocada pela variante Ômicron, provocou falta de muitos colaboradores nas fábricas e comprometeu o ritmo das linhas de produção. Felizmente não houve nenhuma paralisação como aconteceu no ano passado”, disse.
De acordo com o diretor executivo, o processo produtivo do segmento de duas rodas é verticalizado (vai desde a produção da matéria-prima até a distribuição dos produtos) e isso garante a continuidade do ritmo fabril e atendimento à demanda. O setor consegue se manter ‘independente’ em meio ao cenário global de escassez de semicondutores.
“A escassez dos semicondutores afeta menos o setor de duas rodas. O processo produtivo é verticalizado e a maioria das peças foi nacionalizada, o que reduz nossa dependência de fornecedores externos. Dessa forma, o setor não é tão impactado pela falta de insumos como acontece com outros setores da indústria”.
Texto: Priscila Caldas
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