Caso a queda na produção de janeiro se confirme, ela virá sobre números já negativos registrados em dezembro de 2021, em comparação a novembro, quando a produção caiu 32,9%.
Avanço da ômicron pode derrubar a produção de motos pelo segundo mês consecutivo (Foto: Reprodução)
A explosão no número de casos de Covid-19, impulsionados pela variante Ômicron, pode derrubar a produção de motocicletas no Polo Industrial de Manaus (PIM) no mês de janeiro. A previsão é do presidente da Associacao Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas Ciclomotores Motonetas Bicicletas e Similares (Abraciclo), Marcos Fermanian.
De acordo com Fermanian, ainda não existem estimativas precisas com relação a possíveis perdas, mas ele afirma que, assim como aconteceu no início de 2021, esta nova onda de contágio faz com que aumentem os índices de absenteísmo, em função do distanciamento social ou doença dos colaboradores.
“Isso já vem impactando a produção. Ainda não temos isso de forma mensurada, mas a possibilidade de termos uma queda na produção de motocicletas em janeiro é bastante grande”, disse o presidente da Abraciclo, em coletiva online que apresentou os resultados de 2021 e perspectivas para 2022, realizada na manhã desta quinta-feira (20).
Fermanian completa afirmando que a entidade também não possui números referentes às abstenções de colaboradores causadas pela doença, mas que “os fabricantes estão dando sinais de isso já está acontecendo no retorno das férias coletivas”.
O problema acontece justamente em um momento de retomada da produção, após as férias coletivas de dezembro. Caso a queda na produção de janeiro se confirme, ela virá sobre números já negativos registrados em dezembro de 2021, em comparação a novembro.
De acordo com os próprios números da Abraciclo, enquanto em novembro foram produzidas 76,4 mil motocicletas no PIM, em dezembro, devido às férias coletivas, a produção caiu para 73,5 mil unidades, uma redução de 32,9%.
Outro problema que preocupa a indústria do Amazonas, a greve dos auditores fiscais da Receita Federal, conforme ressaltou Marcos Fermanian, ainda não impactou de forma negativa o setor de Duas Rodas do Polo Industrial de Manaus. Porém o empresário não descarta possíveis prejuízos nos próximos meses.
“Até agora não temos relatos, nas indústrias de motos [sobre prejuízos causados pela greve dos auditores]. Pode ser que a situação se agrave e tenha algum impacto, mas, até o momento, não registramos nenhum problema para a liberação de mercadorias para o setor de Duas Rodas”, salientou.
No ano passado, o Polo Industrial de Manaus produziu 1,195 milhão de motocicletas, número que representa 233,1 mil unidades a mais que o registrado no ano passado. O quantitativo também equivale a uma alta de 24,2% na comparação com 2020.
O volume ficou 2% abaixo da expectativa da associação, que era de fabricar 1.220.000 motocicletas.
O presidente da Abraciclo ressalta que a meta poderia ser atingida, mas as fabricantes enfrentaram dois obstáculos: a segunda onda de coronavírus que atingiu a cidade de Manaus no início de 2021, quando deixaram de ser produzidas cerca de 100 mil motocicletas, e as restrições implantadas nas linhas de produção para evitar a disseminação da doença.
“O maior distanciamento entre os postos de trabalho, por exemplo, aumenta o tempo de fabricação”, explica. “É importante ressaltar que todas as medidas estão mantidas, pois a prioridade é a saúde e segurança do colaborador”, completa.
Texto: Lucas Raposo
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