Apesar dos sinais de Moscou, o porta-voz do Pentágono, afirmou que a Rússia reforçou sua presença militar na fronteira no fim de semana.
Duas reuniões de Vladimir Putin que tiveram trechos exibidos pela televisão da Rússia nesta segunda-feira pareceram indicar um recuo no cerco militar à Ucrânia. (Foto: Divulgação)
Duas reuniões de Vladimir Putin que tiveram trechos exibidos pela televisão da Rússia nesta segunda-feira pareceram indicar um recuo no cerco militar à Ucrânia que levou os países ocidentais a alertarem para uma invasão iminente do país.
Em uma conversa com Putin transmitida pela televisão e aparentemente roteirizada, o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, anunciou que parte das manobras militares realizadas por seu país com a Bielorrússia estão sendo encerradas.
Não está claro quantas tropas serão removidas do entorno da Ucrânia, nem se estas atualmente estão na Bielorrússia ou na própria Rússia. O governo russo sempre disse que suas tropas concentradas na fronteira ucraniana estavam lá para exercícios militares, e não representavam planos para uma invasão.
As reuniões indicam que a Rússia pode continuar a busca por concessões diplomáticas dos EUA e da Otan, em vez de empreender uma ação militar imediata. Na sexta e no sábado, os EUA, citando informações obtidas por sua Inteligência, alertaram sobre o risco de uma invasão iminente à Ucrânia, que poderia ocorrer ainda nesta semana.
Apesar dos sinais de Moscou, o porta-voz do Pentágono, John Kirby, afirmou que a Rússia reforçou sua presença militar na fronteira no fim de semana e “tem amplas capacidades à sua disposição”.
— Ele continua enviando forças adicionais ao longo desta fronteira com a Ucrânia, inclusive no fim de semana, e tem bem mais de 100 mil (soldados) — disse Kirby. — Não é apenas uma questão de números. Trata-se de capacidades bélicas, que vão desde veículos blindados a unidades de infantaria, passando por forças especiais, ciberataques ou mesmo defesa aérea e antimísseis.
Nesta terça-feira, Putin se reunirá em Moscou com o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz. Após adotar uma linha diplomática discreta e pouco dura com o Kremlin e perder popularidade em casa, Scholz agora busca demonstrar alinhamento firme com os EUA e com seus parceiros da Otan.
Em meio às tensões, a Ucrânia pareceu sinalizar disposição para fazer concessões à Rússia. O principal sinal foi dado pelo embaixador do país no Reino Unido, Vadym Prystaiko, que no domingo sugeriu que Kiev pode reconsiderar sua ambição de se unir à Otan. Prystaiko disse que a Ucrânia pode ser “flexível” em relação a esse objetivo, “especialmente sendo ameaçada assim, chantageada por isso”.
O Kremlin disse que, se a Ucrânia renunciasse à sua aspiração de se juntar à aliança militar EUA-Europa, isso ajudaria significativamente a resolver as preocupações da Rússia.
Com informações O Globo
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