O TSE esclareceu que há variações nos números mensalmente por conta de eventos como transferências e cancelamentos. O desinteresse pela política pode explicar os números.
O cadastro eleitoral para novos eleitores será encerrado no dia 4 de maio (Foto: Reprodução)
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) registrou, no mês de fevereiro, o menor número de adolescentes de 16 e 17 anos com título de eleitor da história. No Amazonas, de acordo com o TSE, são 27.034 jovens de 16 e 17 anos aptos a votar em 2022. No mesmo período, em 2018, o estado contava com 33.148 eleitores dessa idade, o que representa uma queda de 18,4% quando comparados os períodos.
Em compensação, em fevereiro de 2018, o Amazonas tinha 2.368.332 de eleitores, enquanto que no mesmo mês deste ano, o número de pessoas aptas a votar é de 2.461.047, um aumento de 3,7%.
Considerando as mais de 6 milhões de pessoas com 16 e 17 anos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de jovens com título de eleitor em 2022, até agora, representa cerca de 13,6% do total de habilitados para obter o documento. Em fevereiro de 2018, o percentual era de 23,3%.
Nas eleições de 2018, segundo o TSE, em outubro, período eleitoral, havia 1.400.613 adolescentes de 16 e 17 anos aptos para votar. São cerca de 30 mil pessoas a menos que as cadastradas em fevereiro do mesmo ano.
O cadastro eleitoral para novos eleitores será encerrado no dia 4 de maio. O requerimento pode ser feito online, no portal do TSE. É necessário enviar ou digitalizar documentos como identidade e comprovante de residência, além de informar um telefone de contato caso o cadastro esteja incompleto.
Em nota, o TSE esclareceu que há variações nos números avaliados mensalmente por conta de eventos como transferências, cancelamentos, revisão eleitoral ou processos para novos títulos. O número de eleitores para outubro só estará disponível após o encerramento do cadastro.
Para o analista político Helso Ribeiro, o cenário pouco renovador do meio político e a não-obrigatoriedade do voto para essa faixa etária podem explicar os números. ”Não há nem 10 países no mundo que permitam jovens de 16 anos votarem, o Brasil é um deles. Como os jovens não são obrigados e a democracia representativa vem se desgastando cada vez mais, eles acabam não retirando o título de eleitor”, observa.
Helso afirma que a falta de uma contrapartida do trabalho realizado pelos políticos acaba desanimando os jovens e os desencoraja a querer mudar essa realidade. ”Isso mostra o desinteresse não pela política em si, mas por essa política ‘profissionalista’, para esse carreirismo político que a gente observa de pessoas que estão há décadas nos mesmos postos, às vezes renovam-se os nomes mas as ideias continuam as mesmas, então tudo isso faz com que o jovem, que não é obrigado a votar, não vote”, completou.
Texto: João Luiz Onety com informações da CNN
Leia Mais: