Presidente sinalizou, nesta segunda-feira, que vai trabalhar com o Congresso para estabelecer em R$ 4 bilhões o Fundo Eleitoral que foi elevado para R$ 5,7 bi na LDO.
Vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos, alerta, desde a semana passada, que presidente costura acordo para deixar o fundo com R$ 4 bilhões (Foto: Reprodução)
O vice-presidente da Câmara Federal, deputado Marcelo Ramos (PL), afirmou, nesta segunda-feira (26), que a máscara de Jair Bolsonaro (sem partido) “começou a cair” após a sinalização de que o “presidente fará manobras para estabelecer o Fundo Eleitoral com recursos de até R$ 4 bilhões”.
“A verdade sempre aparece”, escreveu Marcelo em uma rede social. “O presidente Bolsonaro quer mais que dobrar o fundo eleitoral, que hoje é de R$ 1,7 bilhão e ele quer passar para R$ 4 bilhões. A máscara de quem sempre quis aumentar o fundo eleitoral começa a cair”, continuou o deputado amazonense, acusado por Bolsonaro de ser o responsável pela aprovação do reajuste do Fundo Eleitoral de R$ 1,7 bilhão para R$ 5,7 bilhões em artigo da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).
Hoje pela manhã, o presidente sinalizou para apoiadores com quem conversou ao deixar o Palácio do Alvorada que vetará o artigo, mas trabalhará para ele ficar em R$ 4 bilhões. “Vou deixar claro uma coisa. Vai ser vetado o excesso do que a lei garante. Os R$ 2 bilhões serão vetados”, afirmou o presidente, sem dizer como fará esse veto parcial no artigo da LDO.
O discurso de hoje aos apoiadores é a terceira correção de rota que o presidente faz ao falar sobre o polêmico reajuste do fundo. Logo após a repercussão negativa da medida, Bolsonaro culpou Marcelo Ramos e disse que iria vetar. Pressionado pelos partidos aliados, que votaram em peso a favor do reajuste, ele disse, na sexta-feira (23) que poderia autorizar um reajuste baseado na inflação oficial e, hoje, por fim, começou a falar no reajuste para R$ 4 bilhões.
Desde a semana passada Marcelo Ramos vem afirmando que o presidente estava “costurando um acordão” para vetar uma parte do reajuste e ficar bem com a base radical dele, mas deixar passar um reajuste que vai mais que dobrar o valor do fundo e ficar bem com a base aliada no Congresso Nacional e representada pelo Centrão, o grupo de partidos liderados pelo PP que dá sustentação ao Governo.
Texto: Gerson Severo Dantas
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