Presidente da Assembleia de Deus no Amazonas, reforçou durante pregação na Rede Boas Novas, que "irmão vota em irmão" e "crente vota em crente".
Segundo Câmara, não é aconselhável seguir a sugestão de candidatos de amigos ou de familiares, porque conforme ele, "são estranhos à fé". (Foto: Divulgação)
A menos de um ano das eleições de 2022, o presidente da Igreja Evangélica Assembleia de Deus no Amazonas (Ieadam), Jonathas Câmara, reforçou o recado eleitoral da instituição e disse que é hora de “dar preferência aos nossos irmãos de fé da igreja”, em referência ao processo eleitoral que se avizinha.
Durante o programa “Conversando com a Palavra”, desta terça-feira (6), nas Rede Boas Novas, o religioso adicionou ainda que “irmão vota em irmão” e “crente vota em crente”. “Somente mesmo a influência do diabo que faz um crente, um homem honesto, uma mulher honesta, um servo fiel, uma pessoa que tem princípios éticos e morais, preferir derrotar nossos irmãos de fé e eleger estranhos rebeldes”, advertiu o pastor da Assembleia de Deus, ao ler versículos bíblicos.
Segundo Câmara, não é aconselhável seguir a sugestão de candidatos de amigos ou de familiares, porque conforme ele, “são estranhos à fé”. Ele afirma que os candidatos que a Assembleia apoia são escolhidos dentro de um “processo de unidade” interno.
“Quem ama Deus e pratica os ensinamentos bíblicos exerce a cidadania e exerce a santidade, vota em pessoas santas, vota em pessoas que amam, pessoa de família, de igreja, pessoas cristãs. Votar em Deus através de seus filhos, nosso irmãos. A lógica é essa”, complementou o pastor que criticou o socialismo na sua pregação.
Apesar da atual crítica ferrenha a candidatos socialistas ou comunistas, o próprio Jonathas e sua esposa, a também pastora Ana Lúcia Câmara, estiveram em palanque da candidatura da ex-senadora comunista Vanessa Grazzition (PCdoB) à Prefeitura de Manaus em 2012 e apoiaram candidatos de esquerda sem restrição.
No ano passado, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) discutiu a possibilidade de punição do poder religioso, com a cassação do mandato dos candidatos eleitos com ajuda de igrejas e templos religiosos. O entendimento era que esse tipo de abuso era parecido com os abusos de poder econômico e político, que já existem e podem levar à cassação de mandatos.
No entanto, em agosto do ano passado, a Corte Eleitoral rejeitou instituir abuso de poder religioso em ações que podem levar à cassação. Na época, o ex-vereador Amauri Colares (Republicanos) que tem base política oriunda da Assembleia de Deus se exaltou e disse que o debate que não chegou a tipificar o abuso de poder religioso pretendia perseguir “o povo cristão”.
“Nós estamos voltando ao tempo de Roma quando Nero mandou perseguir o povo cristão e mandou sacrificar a todos porque tinham ali a expressão livre de sua fé. Não estamos mais na época da Roma passada onde Nero mandou soltar os leões para devorar o povo cristão, mas é isso que nós começamos a ver hoje. O ministro Fachin, do STF é o Nero, hoje”, discursou Colares em tom exagerado.
Em 2018, a Assembleia de Deus apoiou o atual senador Omar Aziz (PSD) ao governo do Estado, Eduardo Braga a primeira vaga do Senado e Alfredo Nascimento para a outra vaga de senador, além do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Texto: Jefferson Ramos
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