Sérgio Moro costura uma aliança com o PSL, uma das pontas que formará o novo partido União Brasil. Se concretizada, aliança mexe com a posição de caciques do Estado.
Ensaio da aliança Podemos-União Brasil acontecerá nesta semana quando Moro visitará Pernambuco na companhia de Luciano Bivar, do PSL, virtual candidato a vice na chapa dele (Foto: Reprodução)
Uma aliança entre o Podemos, partido que lançará o ex-juiz Sérgio Moro como candidato à presidência da República, e o União Brasil (UB), partido que surgirá da união do PSL e o DEM, terá consequências no cenário da eleição estadual neste ano.
Essa aliança será posta na vitrine nesta semana, quando Moro visitará Pernambuco na companhia do presidente do PSL e do futuro UB, deputado federal Luciano Bivar, virtual candidato a vice na chapa do ex-juiz federal.
No Amazonas, o PSL tem como estrelas os delegados Pablo, que é deputado federal, e Péricles, deputado estadual. O DEM é comandado pelo secretário municipal de Educação, Pauderney Avelino, candidato a deputado federal e um dos articuladores da candidatura do ex-governador Amazonino Mendes pelo UB.
Há ainda indícios de que é Pauderney quem presidirá o União Brasil.
Pablo e Péricles são bolsonaristas de primeira hora, mas estão seguindo rumos diferentes para se garantirem nos parlamentos. Pablo tem sido visto ao lado do senador Eduardo Braga (MDB), candidato ao Governo do Estado que deverá apoiar a candidatura do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT). Péricles deve trocar o PSL pelo PL e seguir apoiando a candidatura de Bolsonaro.
“Vou para onde estiver o presidente”, resume Péricles, que no novo partido deverá apoiar a candidatura do governador Wilson Lima (PSC). “Ainda não tenho uma definição”, desconversa Pablo, que não confirma ida para o União Brasil, que vai de Amazonino e Moro.
Pelo lado do Podemos a situação é ainda mais incerta, pois o partido perdeu os principais quadros eleitos em 2018. Os deputados Wilker Barreto e Dermilson Chagas deixaram o partido e devem acompanhar Amazonino Mendes no UB e no apoio a Moro. O mesmo deve acontecer com os vereadores Amon Mandel e Professora Jacqueline, que também deixaram o partido em 2021.
Todos saíram por discordar da nova orientação do partido, que foi assumido pelo deputado Abdalla Fraxe, que tende a seguir com Wilson Lima e Bolsonaro.
O primeiro teste para a confirmação deste cenário acontecerá em 28 de fevereiro, quando os partidos que forem disputar a eleição organizados em federações deverão comunicar essa condição ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Uma federação partidária tem caráter nacional e, assim, o quadro estadual ficará sujeito às articulações que acontecem em nível nacional.
“Será uma eleição diferente, com características que ainda não estão totalmente claras”, diz o cientista político Moacir Santos.
Texto: Gerson Severo Dantas
Leia Mais: