Artigo assinado por Otávio Z. Catelano (doutor em Ciências Políticas) e Petra Pinheiro e Silva (bacharel em Ciências Sociais) e publicado no site Observatório das Eleições, avalia o menor número de indecisos nas eleições presidenciais de 2022 e como a polarização pode favorecer as candiaturas de Lula (PT) e Bolsonaro (PL).
De acordo com os articulistas, em 2014, o último ano em que houve uma candidatura em busca da reeleição, a de Dilma Roussef (PT), o número de indecisos no mês de agosto girava em torno de 49%, enquanto em 2022, a porcentagem é de 22% no mesmo período.
“Essa é a primeira corrida eleitoral em que há mais de um candidato que já foi presidente, possibilitando que o eleitorado faça uma comparação de resultados entre os governos. Além disso, há uma grande polarização entre os dois principais concorrentes”, defendem os estudiosos.
Para os articulistas os dados de indecisos de 2022 embora sejam os mais baixos já registrados, são seguidos de perto pelos dados de 2002 e 2018.
“Nesses casos, a competitividade pode ser um fator de explicação. Em 2002, a essa altura (em agosto), as eleições eram bastante competitivas, com quatro candidatos (Lula, José Serra, Anthony Garotinho e Ciro Gomes) obtendo boas pontuações. O mesmo se deu em 2018, com boas pontuações de seis candidatos: Lula, Bolsonaro, Marina Silva, Geraldo Alckmin, Ciro Gomes e Alvaro Dias”, compara.
Sendo assim, concluem os estudiosos, o cenário de 2022 possui uma peculiaridade: é mais estável do que os anteriores. Eles destacam que isso pode ser uma boa notícia para Lula que é o líder das pesquisas, “mas também pode ser um alento para Bolsonaro, pois sua posição não está ameaçada pelos outros candidatos”, deixando-o mais confortável para se garantir no caso de segundo turno.
Texto: Emerson Medina
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