Fortuna dos dez mais ricos do mundo saiu de US$ 700 bilhões para US$ 1,5 trilhão de acordo com relatório "Desigualdade Mata" da Oxfam, divulgado na semana do Fórum de Davos.
Em contraste com os mais ricos, 160 milhões caíram na pobreza (Foto: Divulgação/ABr)
Relatório global da Oxfam sobre as desigualdades no mundo, divulgado nesta segunda-feira (17) e entitulado “Desigualdade Mata” revela o efeito nefasto da pandemia do coronavirus no aprofundamento da miséria no mundo. Em dois anos de Covid-19, os dez homens mais ricos do mundo dobraram as suas fortunas, enquanto 160 milhões de pessoas foram empurradas para a pobreza, aponta o documento. E no mesmo período, cerca de 17 milhões perderam a vida por conta do vírus em todo o mundo.
A divulgação do relatório coincide com a semana da reunião (remota) do Fórum Econômico Mundial, em Davos (Suíça) e calcula que a fortuna dos dez mais ricos do planeta saltou de US$ 700 bilhões para US$ 1,5 trilhão a uma taxa de US$ 15 mil por segundo, ou US$ 1,3 bilhão por dia. Enquanto isso, a renda de 99% da humanidade caiu.
De acordo com o relatório, a desigualdade combinada com a pandemia também ampliou a taxa de mortalidade no planeta, sobrecarregando os mais pobres. A desigualdade entre países deve aumentar pela primeira vez em uma geração. Países em desenvolvimento, que tiveram acesso negado às vacinas devido à proteção dos monopólios das corporações farmacêuticas por parte dos governos dos países ricos, foram forçados a cortar gastos sociais à medida que seus níveis de endividamento aumentaram, e agora enfrentam severas medidas de austeridade. A proporção de pessoas com Covid-19 que morrem devido à doença em países em desenvolvimento é quase o dobro do total dos países ricos.
A desigualdade contribui para a morte de pelo menos uma pessoa a cada quatro segundos e a pandemia atingiu grupos raciais de maneira desigual. Segundo a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), no Brasil pessoas negras tem 1,5 vezes mais chances de morrer de Covid-19 do que pessoas brancas, um risco letal agravado que se verifica até no topo da pirâmide social.
A Oxfam aponta ainda que Um imposto único de 99% sobre os ganhos obtidos pelos 10 maiores bilionários durante a pandemia poderia pagar vacinas suficientes para a população do mundo.
Com informações da Oxfam
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