Pelo menos oito segmentos produtivos tiveram menor faturamento no saldo do bimestre deste ano, período em que as fabricantes tentaram manter produção mesmo sem insumos.
Falta de insumos e inflação afetam faturamento de setores do PIM (Foto: Reprodução)
A falta de insumos e a alta dos preços, seguida da queda no consumo, refletiram em queda no faturamento de diversos subsetores do Polo Industrial de Manaus (PIM), no primeiro bimestre, em comparação a igual período de 2021. Os Indicadores de Desempenho divulgados pela Suframa mostram que segmentos como metalúrgico e termoplástico na área de bens de informática, contabilizaram, respectivamente, redução de 11,85% e 14,23% no faturamento em real.
Pelo menos oito segmentos produtivos tiveram menor faturamento no saldo nos primeiros dois meses deste ano, período em que as fabricantes mantiveram a tentativa de equilibrar a produção em relação ao volume de insumos disponíveis. Em igual período de 2021, as fabricantes enfrentaram restrições devido à Covid-19 e interromperam produção por alguns dias. Mas, mesmo assim, os números fecharam no positivo no bimestre.
Alguns segmentos que tiveram queda no faturamento do bimestre foram: eletroeletrônico (-12,92%), polo termoplástico de bens de informática (-14,23%), editorial e gráfico (-32,65%), metalúrgico (-11,85%), mecânico (-8,35%), madeireiro (-20,20%), químico (-5,01%), vestuário e calçados (-34,22%).
Para o presidente da Federação da Indústria do Estado do Amazonas (Fieam), Antonio Silva, os resultados negativos nos diversos subsetores industriais são atribuídos ao desabastecimento de insumos e à queda no índice de confiança do consumidor, associado à inflação.
“A indústria ainda sofre com a instabilidade na cadeia de fornecimento de matéria-prima. Essa situação tem dificultado a previsibilidade necessária para a operação de diversas linhas fabris. De igual modo, a pressão sobre os preços continua a impactar negativamente no consumo, o que, por sua vez, tem reflexos na produção industrial, prejudicando os indicadores do segmento”, analisou.
Na avaliação do presidente do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam), Wilson Périco, o cenário ainda tem sido agravado por interrupções no transporte de cargas em portos na China desde o início do ano, assim como pelas variações cambiais.
“A indústria sofre com a falta de componentes, semicondutores. O lockdown na China está gerando redução em produção e fechamento de portos, complicando muito. Tem também a questão da variação cambial que influencia no faturamento”, disse.
Texto: Priscila Caldas
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