terça-feira, 16 de abril de 2024

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Consumo de carro elétrico é 4x mais barato que o similar à gasolina

Para cada quilômetro percorrido, em Manaus, o carro elétrico chega a ser até quatro vezes mais econômico, em relação ao modelo similar movido a gasolina.
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gasolina

Em tempos de disparada no preço dos combustíveis, a mobilidade elétrica começa a parecer, de forma mais expressiva, a opção mais viável, financeiramente, para os motoristas. A Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) afirma que, em Manaus, o consumo do carro elétrico é aproximadamente quatro vezes menor em relação ao modelo similar à gasolina, considerando os valores do combustível e da tarifa de energia, na capital.

Levantamento feito pela ABVE com base em números da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e da concessionária Amazonas Energia, feito com exclusividade para o Real Time1, considera o valor do litro da gasolina a R$ 7,29 e o custo do KWh por R$1,33, conforme tarifa convencional residencial (de imóvel classe média) considerando os impostos incidentes.

Segundo a associação, um carro elétrico percorre em média 7 quilômetros por quilowatt-hora (KWh). Na divisão entre R$1,33 (custo do KWh) por 7 quilômetros, obtém-se o resultado de R$0,19, que consiste no custo do quilômetro rodado pelo carro elétrico.

Por outro lado, um veículo à combustão percorre 10 quilômetros com um litro de gasolina. Logo, após a divisão dos números conclui-se que o carro movido a gasolina resulta no gasto de R$0,73 a cada quilômetro rodado.

Na divisão entre o gasto de gasolina (R$ 0,73) e o consumo de eletricidade por KWh (R$ 0,19) chega-se à conclusão de que a cada quilômetro percorrido, em Manaus, o carro elétrico apresenta economicidade em cerca de 4 vezes mais, em relação ao veículo modelo similar movido à gasolina (considerando impostos).

Desconsiderando o imposto nos cálculos, a associação concluiu que o veículo elétrico é aproximadamente 5 vezes mais econômico na comparação ao quilômetro percorrido por veículo similar à gasolina (sem impostos).

Números no Brasil e no Amazonas

Segundo a série histórica da ABVE, de janeiro de 2012 até dezembro de 2021, o total da frota de veículos eletrificados no Brasil foi de 77.142. Em fevereiro de 2022, esse número subiu para 83.135. A associação prevê que até o meio do ano, a frota eletrificada brasileira chegue a 100 mil veículos.

Esses números referem-se aos automóveis, comerciais leves e utilitários. Elétricos 100% a bateria (BEV), elétricos híbridos plug-in (PHEV) e híbridos não plug-in (HEV). Não incluem ônibus, caminhões e veículos elétricos levíssimos, como e-bikes e motos.

Em 2020, o Amazonas emplacou 164 veículos leves eletrificados. Em 2021, esse número subiu para 315, o que representa um aumento de 92%.

Vantagens e entraves da mobilidade elétrica

De acordo com o diretor de Infraestrutura da ABVE e CEO da Electric Mobility Brasil, empresa de soluções de recarga elétrica, Eduardo de Sousa, vários fatores contribuem para o crescimento da eletromobilidade no país. Ele cita a economia em relação a energia elétrica na comparação com a gasolina; até 80% mais econômico na manutenção; maior vida útil do automóvel.

“Vários fatores contribuem para essa demanda crescente e o aumento do preço da gasolina é apenas o mais recente deles. Mas, sem dúvida, esse fator aumentou a percepção dos consumidores das vantagens inegáveis do veículo elétrico sobre o similar a combustão. O consumidor está cada vez mais sensível ao veículo não poluente, silencioso e, no médio prazo, muito mais econômico”, comentou.

Para o diretor, medidas de estímulo à eletromobilidade no país adotadas pelo governo federal, estados e municípios ainda são tímidas. Ele define como principal entrave a falta de uma política nacional voltada ao transporte de baixa emissão.

“Para a ABVE, o que falta é uma política nacional de eletromobilidade, ou seja, um plano nacional coerente de apoio ao transporte de baixa emissão, capaz de integrar as ações de prefeitos, governadores e empresas às ações do governo federal. Muitos países já fixaram metas concretas para abolir as vendas de veículos a combustíveis fósseis. O Brasil ainda não”, afirmou.

Texto: Priscila Caldas

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