Sinduscon afirma que caso os valores elevados se mantenham sem intervenção do governo, em até três meses a previsão é de redução na geração de emprego e de suspensão de obras
Aumento nos preços poderá reduzir empregos e obras no estado (Foto: Reprodução)
O setor da construção civil prevê redução no emprego da mão de obra e suspensões contratuais de novos empreendimentos, nos próximos três meses, em decorrência da escalada de preços dos insumos, dos juros, dos combustíveis, acrescida da inflação alta. A alternativa para o segmento, segundo o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Amazonas (Sinduscon-AM), está na adoção de medidas de realinhamento de preços por parte do governo federal.
Segundo o presidente do Sinduscon-AM, Frank Souza, o segmento aguarda tomada de atitude por parte do governo federal no sentido de rever os preços praticados pelo mercado para tentar reequilibrar os valores contratados anteriormente. O presidente afirma que, caso o cenário de valores elevados se mantenha sem intervenção do governo, em até três meses a previsão é de redução na geração de emprego e de suspensão em obras, tanto públicas quanto privadas, já contratadas.
Souza explica que a empresa ao elaborar o projeto para a construção e fechar o contrato, adota os preços dos insumos em vigência naquele determinado período. Os valores, ao sofrerem reajuste, não refletem em alteração nos contratos já feitos anteriormente, impactando nos custos para a execução dos trabalhos.
“Esse cenário de aumentos já afeta o setor porque quem tinha planos estabelecidos para construir, adia os projetos. Mas, reflexos mais expressivos poderão ser sentidos se em até três meses não houver reequilíbrio de contratos e realinhamento de preços pelo governo federal. Ocorrerá a diminuição na mão de obra e projetos interrompidos”, comentou Souza.
Souza comentou que a atual conjuntura econômica, agravada pela guerra entre Rússia e Ucrânia, resulta em reajustes que pressionam o setor da construção civil. Ele relata que dois insumos considerados fundamentais para o segmento, que são o cimento e o aço, tiveram os preços elevados recentemente. O aço, segundo o empresário, teve o preço elevado em 15% percentual que deverá chegar aos 25%.
“Há uma cadeia de aumentos no preço dos insumos, somado a elevação no preço dos combustíveis, aumento da inflação e dos juros, essa somatória resulta em desequilíbrio de contratos. Outro insumo que teve o preço reajustado foi o cimento. Mas, com certeza, o item que puxa os maiores custos da construção civil é o aço”, informou Souza.
Texto: Priscila Caldas
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