Crise dos componentes ameaça continuidade das linhas de produção no PIM. Conforme o Cieam, Moto Honda e outras fabricantes estudam pausar linhas de montagem.
Caloi informou ao Sindmetal sobre suspensão em uma linha de produção. (Foto: Reprodução)
A falta de componentes ameaça interromper linhas de produção em maior escala no Polo Industrial de Manaus (PIM). Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas (Sindmetal-AM), além da Yamaha Motor da Amazônia, a Caloi Norte S.A. também suspendeu parte das linhas de montagem.
De acordo com o presidente do Sindmetal-AM, Valdemir Santana, a Caloi informou ao sindicato a interrupção em parte da linha de produção pelo período de até nove dias, que serão compensados por meio de banco de horas, com a prorrogação da jornada de trabalho.
“Até o momento a Caloi e a Yamaha informaram ao sindicato sobre a suspensão em linhas de montagem por falta de componentes. Os dois comunicados envolvem cerca de 1,2 mil trabalhadores. Os anúncios não informavam quantas linhas de produção seriam suspensas”, disse.
A reportagem tentou confirmar a informação com a Caloi mas até o fechamento da edição não obteve resposta.
O Centro da Indústria do Amazonas (Cieam) informou que a Moto Honda da Amazônia e outras fabricantes também planejam adotar a medida. Conforme o presidente, Wilson Périco, a Honda também estuda adotar a suspensão temporária dos trabalhos para tentar equilibrar o estoque de insumos e o volume de produção.
“A Moto Honda também avalia a possibilidade de pausa em uma linha de produção e tem outras empresas que possivelmente fariam a suspensão, mas de concreto temos a informação da Yamaha”, disse.
O vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Nelson Azevedo, comenta que a escassez global de componentes põe em risco a continuidade das atividades industriais. Ele acredita que a situação seja normalizada até o próximo ano.
“Estamos muito preocupados com essa falta de componentes para as indústrias do PIM continuarem com suas linhas de produção em funcionamento. Além da perda de receita, há também a perda do volume de atividade. Mais postos de trabalho poderiam ser gerados se não fosse esses limitadores. Contudo, acreditamos que a situação já esteja normalizada em meados de 2022”, estimou.
Texto: Priscila Caldas
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