População teme contaminação, apesar de não haver confirmação por parte das autoridades sanitárias do estado de que o consumo de peixe cause a doença.
Restaurantes registram queda na venda de peixes na cidade. (Foto: Reprodução)
Restaurantes registram queda no consumo de peixes na capital em decorrência dos casos de rabdomiólise, no estado. Segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes do Amazonas (Abrasel-AM), a redução na demanda, consequentemente, gera diminuição no volume de compra do alimento nas feiras.
O presidente da Abrasel-AM, Fábio Cunha, relata que as divulgações quanto ao aumento no número de ocorrências da infecção têm espantado o consumidor, apesar de não haver qualquer informação oficial por parte das autoridades sanitárias do estado de que o consumo de peixe seja o causador da doença.
“A propagação das notícias em relação a essa doença tem ocorrido de forma leviana. As pessoas estão assustadas e deixam de consumir peixe. Não há como estimar números, mas o consumo de peixes reduziu. As autoridades precisam orientar a população sobre essa infecção de melhor forma e esclarecer se são ocorrências isoladas ou se é uma pandemia”.
Segundo o proprietário do restaurante Estória de Pescador, Milton Rôla, na segunda (30) e na terça-feira (31) desta semana, o estabelecimento registrou queda de 50% nas vendas do alimento. Ele conta que o público está dividido, uma parte segue consumindo os peixes e outra opta por outros alimentos.
“Notamos essa queda na procura com mais força nos últimos dias. As pessoas estão fugindo do peixe. Caso a demanda siga em baixa na próxima semana teremos que reduzir o volume de compra. É uma situação preocupante. Amigos proprietários de outras peixarias também relatam esse cenário e isso acontece no início da temporada de peixes”, disse o chef.
“As autoridades precisam tomar providências porque muitos trabalhadores que trazem os peixes para a cidade terão prejuízos. É preciso esclarecer essa situação para não se tornar algo ainda mais sério”, reivindicou.
O sócio-proprietário do restaurante Mercato Brazil, Rodrigo Zamperlini, disse que as pessoas mostram insegurança sobre o consumo de peixes.
“Percebemos que a população está insegura, pergunta sobre a procedência do peixe, de que local veio, se o fornecedor garante a segurança. É uma preocupação explícita que reflete no consumo”, avaliou.
A prefeitura de Silves divulgou na terça-feira (30) que a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) juntamente com os departamentos de Vigilância Sanitária e Saúde proibiram a comercialização das espécies de tambaqui, pirapitinga e pacu, dentro do município.
Texto: Priscila Caldas
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