O professor Marcelo Seráfico, doutor em sociologia, conversou com o RealTime1 e avaliou os riscos à existência dos povos indígenas com o projeto do governo Bolsonaro.
(Foto: Adriano Gambarini/WWF-Brasil)
Após a maioria da bancada do Amazonas sinalizar apoio ao Projeto de Lei do governo Bolsonaro que libera garimpo em Terras Indígenas (TIs), o RealTime1 consultou o professor Marcelo Seráfico, doutor em sociologia, que avalia a proposta como uma reversão completa na política indigenista nacional.
O especialista diz que é preciso lembrar que, desde o primeiro dia de seu mandato como presidente, Bolsonaro estimula o desrespeito à legislação referente à proteção ambiental e à garantia dos direitos sociais e políticos.
“A possibilidade de realização de atividades de mineração em TIs significa a abertura dessas unidades a formas de exploração que podem levar à morte dos próprios indígenas”, analisa o sociólogo.
O professor ressalta que, além disso, a atividades em terras indígenas consistirá, caso aprovada a medida, em outros passos decisivo rumo à devastação ambiental.
Marcelo Seráfico diz que é possível e mesmo desejável, por todos aqueles segmentos da sociedade que alimentam a expectativa, de que tenhamos modos de organizar a economia à altura da necessidade de, simultaneamente, produzir, riqueza, distribuí-la justamente e proteger a natureza. “Os grupos indígenas têm dado exemplos importantes desse esforço e possibilidade”, avalia o especialista.
Relatório da Associação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), divulgado no mês passado, mostram como mineradoras e investidores internacionais contribuem para a violação dos direitos dos indígenas e comprometem o meio ambiente.
Conforme os dados, o desmatamento na Amazônia relacionado à mineração aumentou 62%, em 2021, em comparação ao ano de 2018.
Confira um mapa com da região norte do país com as terras indígenas demarcadas em amarelo. O arquivo foi disponibilizado pela Fundação Nacional do Índio e o Instituto Brasileiro de Gerografia e Estatística.
Texto: Isac Sharlon
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