Segundo IBGE, tratamento e distribuição também estão nos níveis mais baixos do país. Doenças causadas por falta de saneamento provocam grandes deslocamentos.
Medição da qualidade dágua (Foto: Assessoria)
O consumo de 100 litros por pessoa/dia, registrado no Amazonas, de acordo com dados da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico – ANA, em 2019, é abaixo do recomendado pelas Nações Unidas (ONU).
Este e muitos outros dados constam no Atlas de Saneamento lançado hoje (24) pelo IBGE e dimensionam os impactos de um saneamento ambiental desigual e ainda não universalizado no país.
Enquanto 99,6% dos municípios tinham abastecimento de água por rede geral, apenas 50,0% dos municípios do Amazonas utilizava serviços de esgoto geridos de forma segura, incluindo instalações para lavar as mãos com água e sabão, em 2018.
Com relação à distribuição de água, quase a totalidade dos Municípios com o serviço distribuía água tratada desde 2008 (93,4%). Em 2017, esse percentual foi de 94,9%. O abastecimento de água por rede geral de distribuição ainda se caracteriza por um desequilíbrio regional. Enquanto, em 2017, na Região Norte, apenas 47,6% dos domicílios eram atendidos, na região Sudeste, esse percentual alcançou 97,0%.
O valor de consumo de água recomendado pelas Nações Unidas (ONU) é de 110 l/hab/dia, quantidade considerada adequada para atender às necessidades de consumo e higiene de uma pessoa. Abaixo desse valor de referência estavam as médias de consumo de sete estados do Nordeste (Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, e Bahia) e um do Norte, o Amazonas.
O Amazonas, com consumo de cerca de 100 l/hab/dia, era o quarto estado do ranking nacional com consumo mais baixo de água por habitante.
Entre as Unidades da Federação, 11 ficaram abaixo da média nacional (oito delas no Nordeste), com destaque negativo novamente para o Amazonas, com 43,3%, único Estado com menos da metade dos Municípios com estruturas para o tratamento de água.
As doenças relacionadas ao saneamento ambiental inadequado (DRSAI) é outro tema sensível abordado pelo Atlas de Saneamento. Em muitos casos, elas geram demanda por serviços de saúde que podem exigir um intenso e longo deslocamento. E é aqui, no Estado do Amazonas que acontecem os deslocamentos mais distantes no país (em média, 418 km) em direção à capital, Manaus.
Com informações do IBGE Amazonas
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