Quatro anos após a definição de uma cota de 30% do fundo eleitoral para candidaturas femininas, as eleições de 2022 terão a presença de mulheres em 52% das chapas que vão disputar governos estaduais, mas a maioria delas estará na posição de vice.
Ao menos 217 chapas completas para a disputa dos governos dos 26 estados e Distrito Federal foram lançadas até este domingo (14). Dessas, apenas 37 são encabeçadas por mulheres -17% do total de candidatos ao cargo. Já o número de candidatas a vices chega a 85, o equivalente a 39% do total.
No Amazonas, pela primeira vez, cinco mulheres são indicadas ao cargo de vice nas chapas que competem pelo Governo do Estado. A ex-deputada federal, Vera Castelo Branco (Podemos) é a vice de Henrique Oliveira (Podemos); Cristiane Balieiro (PSB) é a vice na chapa de Ricardo Nicolau (SD); a vice de Eduardo Braga (MDB) é a enfermeira de Anne Moura (PT); Rita de Cássia Bezerra Nobre é o segundo nome da chapa do Agir que tem como titular Nair Blair; e a indígena Ana Milena Souza Marulanda é a vice do também indígena Israel Tuyuka do PSol.
O cenário de sub-representação contrasta com a participação das mulheres na sociedade: 53% do eleitorado e 46% dos filiados a partidos políticos do País.
O avanço do número de candidatas a vice consolida uma tendência que teve início em 2018. Os partidos falam em suprir os apelos por maior representatividade, mas as escolhas também têm como pano de fundo a definição dos gastos da cota financeira de 30% para mulheres.
Isso porque os critérios de distribuição dos recursos da cota são definidos pelos partidos, que podem inclusive destinar a verba para candidaturas majoritárias lideradas por homens e que têm mulheres como vice. Nesta eleição, o fundo eleitoral será de R$ 4,9 bilhões.
Há quatro anos, o Brasil elegeu apenas uma governadora nas 27 unidades da federação: Fátima Bezerra (PT), no Rio Grande do Norte.
Sete mulheres foram eleitas vices em 2018 e somente uma vai concorrer ao mesmo cargo neste ano: Luciana Santos (PC do B), em Pernambuco. Fátima Bezerra também concorre à reeleição e é uma das poucas candidaturas de mulheres a governos estaduais consideradas competitivas.
Da Redação, com informações de Victória Azedo e João Pedro Pitombo (Folhapress)