O presidente Jair Bolsonaro destacou avanços na economia, o respeito ao meio ambiente, aos povos indígenas e citou as manifestações do último dia 7 de setembro.
Jair Bolsonaro foi dispensado de apresentar atestado de vacinação contra a Covid-19, como manda as regras de Nova York (Foto: Reprodução)
O presidente Jair Bolsonaro abriu, nesta terça-feira (21), a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), com um discurso no qual defendeu que há um Brasil diferente do visto na mídia nacional e internacional. Um país novo, conforme o presidente, sem corrupção, com um presidente que acredita em Deus, respeita a Constituição e a família.
“Isso é muito, (pois) estávamos a beira do socialismo”, ressaltou Bolsonaro.
O presidente também defendeu as mudanças nas políticas econômicas, redução do custo Brasil, barateamento dos preços de alimentos, leilão para o serviço de saneamento básico. “Temos tudo que o investidor procura: grande mercado consumidor, tradição de respeito aos contratos”, afirmou, acrescentando que fará o leilão do 5G nos próximos dias.
Bolsonaro destacou ainda que o Brasil vai crescer 5%, mas essa é uma expectativa que a própria ONU não chancela, pois coloca o país como o último em crescimento em 2022
O presidente enalteceu a qualidade do Código Florestal, a legislação ambiental; destacou o tamanho da vegetação nativa, 66% original, conforme ele.
“Somente no bioma amazônico, 84% está intacta, com a maior concentração de biodiversidade”, disse, reafirmando o compromisso de que em 2050 alcançará a neutralidade climática. No entanto, o presidente não citou os números oficiais do desmatamento na Amazônia que, nos três anos da gestão dele, explodiram.
O presidente também garantiu o respeito a terras indígenas, que ocumpam 14% do território, mas não lembrou o famoso marco temporal, como era esperada.
Sobre a pandemia, Bolsonaro voltou a defender o tratamento precoce contra a Covid-19, com o uso de medicamentos sem comprovação de eficácia, além de destacar a chamada autonomia da relação médico-paciente. “Sempre defendi o combate ao vírus e ao desemprego. Lockdown não funciona. Não entendo porque se colocaram contra o tratamento inicial”, atacou o presidente.
Em um aceno à base bolsonarista, o presidente também destacou as manifestações do último dia 7 de setembro, mas omitiu as pautas que ele próprio levou em discurso no qual ameaçou ministros do Supremo Tribunal Federal e frases de aliados pedindo um golpe de Estado e o fechamento das instituições. “Foram as maiores manifestações da nossa história, com apoio ao nosso governo, liberdades individuais e democracia”, disse o presidente.
Por fim, o presidente também destacou o avanço da vacinação no Brasil, mas criticou a adoção de um passaporte vacinal, que ele não possui por se recusar a se vacinar. Por conta dessa postura, o presidente recebeu uma autorização especial da ONU para entrar no prédio sem apresentar o atestado de vacinação contra a Covid-19, como é regra na cidade de Nova York. Como o prédio é considerado território internacional, a autorização foi concedida, mas cercada de críticas, como as feitas pelo prefeito da cidade, Bill de Blasio, que nas redes sociais marcou o perfil de Bolsonaro com os locais de vacinação na cidade.
Texto: Gerson Severo Dantas
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