Os vereadores Amom Mandel e Rodrigo Guedes vão entrar na Justiça contra a construção do prédio anexo à CMM. Os parlamentares apresentaram justificativas para impedir a obra.
David Reis ignora recorrentes pedidos de Amom e Guedes por mais explicações sobre novo anexo da CMM (Foto: Reprodução)
Os vereadores Rodrigo Guedes (PSC) e Amom Mandel (sem partido) anunciaram, nesta quinta-feira (16), que vão ajuizar uma a ação popular na Justiça do Amazonas para impedir a construção de um prédio anexo à Câmara Municipal de Manaus (CMM). O novo prédio custará quase R$ 32 milhões conforme o edital.
O anúncio foi feito durante uma coletiva de imprensa, transmitida nas redes sociais de Amom. Os dois vereadores, de primeiro mandato, apresentaram uma série de justificativas para barrar a construção, do prédio que poderia se tornar um ‘‘elefante branco’’, sem utilidade real para os cidadãos manauaras.
Depois da declaração do presidente da CMM, David Reis (Avante), ao afirmar que a obra se faz necessária levando em consideração o crescimento da cidade e a necessidade de um número maior de vereadores, o vereador Amom, derrubou a tese, informando que vai encaminhar as denúncias ao Ministério Público do Amazonas (MP-AM).
”São 51 gabinetes no ‘puxadinho’, Manaus só terá 51 vereadores quando atingir uma população entre 6 e 7 milhões de habitantes, e segundo o censo do IBGE [Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística] nem em 2060 Manaus terá essa quantidade de população. A argumentação para essa construção não se sustenta. Há todas as evidências que demonstram má-fé na construção do puxadinho”, afirmou.
Amom falou ainda que há outras prioridades. ”A presidência deixa de fazer uma obrigação, que é pagar os servidores [que têm direitos trabalhistas a receber], para fazer esse prédio de luxo”.
Rodrigo Guedes (PSC) acompanhou as palavras do jovem parlamentar. ”Como é que se pretende construir um prédio de R$ 32 milhões de reais, se há centenas, milhares de servidores da Câmara que têm verbas a serem pagas?”. Guedes deixou ”no ar” uma possível referência ao suposto superfaturamento da obra. ”A verba vai para aquela pessoa, a construção do prédio você faz obra, aí vocês tirem suas próprias conclusões”, acrescentou ele.
Ambos também comentaram sobre a dificuldade de conseguir o edital, junto à comissão de licitação da CMM. Amom declarou que ele e sua equipe enviaram alguns e-mails, mas não foram respondidos e que o acesso dos assessores dos dois vereadores foi dificultado. Rodrigo Guedes declarou que a Câmara Municipal ainda está muito aquém do que deveria no que diz respeito à transparência.
O projeto prevê que o prédio deve possuir quatro andares em um total de quase 12 mil metros quadrados. A data do processo licitatório será dia 18 de outubro deste ano, na forma de concorrência pública.
Na semana passada, o presidente David Reis abriu licitação para contratar serviços de locação, por um ano, de 41 veículos do tipo pick-up, apesar dos vereadores já contarem com uma verba mensal de R$ 15 mil, além dos salários. O aviso de licitação para aluguel dos veículos foi publicado no Diário Oficial Eletrônico do Município (e-DOLM) no dia 3 de agosto.
Os vereadores Rodrigo Guedes (PSC) e Amom Mandel (sem partido) já declararam que abrirão mão desses veículos.
Texto: João Luiz Onety
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