Eduardo Braga e Sinésio Campos se manifestaram contra a associação do Amazonas ao nome usado por jornalistas do Sudeste do País para designar a nova variante do SARS-CoV-2.
O surgimento das linhagens é um processo natural, resultado do acúmulo de mutações ao longo do tempo em que um vírus circula em uma população.
Nesta quinta-feira foi a vez do senador Eduardo Braga (MDB) se manifestar contra a associação do Amazonas ao nome usado por jornalistas do Sudeste do País para designar a nova variante do SARS-CoV-2.
Ontem o deputado petista Sinésio Campos chegou a usar uma expressão característica dos fãs de Bolsonaro para criticar a associação, feita por uma emissora de televisão.
Braga numa nota divulgada na internet afirma que “não merecemos ter a nossa identidade associada a uma das variantes mais transmissíveis no novo coronavírus”.
O senador alerta que este estigma pode acompanhar o Estado por gerações.
Estudos comprovaram uma mutação no vírus que circula em Manaus e que foi responsável pelos altos índices de internações e mortes.
Um estudo realizado por 23 cientistas apontou que a variante P1, encontrada em Manaus é mais infecciosa para o atual período, e já atingiu uma frequência elevada (42%, 13 de 31) entre as amostras de genoma obtidas de casos Covid-19.
Estudos apontam que cada 100 pessoas infectadas contaminam outras 130.
A quarta nota técnica divulgada recentemente pelo Observatório Covid-19, da Fundação Oswaldo Cruz alerta que o surgimento das linhagens é um processo natural, resultado do acúmulo de mutações ao longo do tempo em que um vírus circula em uma população.
“Esse processo é mais rápido em vírus de genoma RNA, tal como o SARS-CoV-2, pela falta da atividade de correção da RNA polimerase, enzima responsável pela replicação do material genético, mas também pela grande quantidade de partículas virais produzidas diariamente no hospedeiro”, explica a nota.
O RNA seria o DNA dos vírus.
Texto: Daniela Tipiti
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