O analista político Helso do Carmo, afirmou ao RealTime1 que o crescimento no número de eleitores já é aguardado e que, apesar de pequeno, deverá alterar o cálculo das vagas.
Número de eleitores mulheres ainda supera o número de eleitores homens (Foto: Reprodução)
O aumento no número de eleitores do Amazonas, ainda que não esteja consolidado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), deve impactar diretamente no quociente eleitoral, que é o cálculo para a distribuição de vagas na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) e na Câmara Federal.
De acordo com as estatísticas de evolução do eleitorado do TSE, o Amazonas contava com 2.503.269 eleitores em novembro de 2020, época das últimas eleições. Dados mais recentes, de abril deste ano, mostram que o número subiu para 2.508.795, um acréscimo de 5.526 eleitores, ou 0,2%.
O analista político Helso do Carmo, afirmou ao RealTime1 que o crescimento no número de eleitores já é aguardado e que, apesar de pequeno, deverá alterar o cálculo das vagas a serem preenchidas pelos candidatos.
”Isso vai influenciar um pouco no quociente eleitoral para eleger deputados estaduais e federais. No final do mês que vem ou em meados de julho teremos os números mais precisos”, indicou.
O eleitorado jovem (16 a 24 anos) aumentou 3,2%, indo de 463.389 em novembro de 2020 para 479.021 em abril desse ano, o que representa 15.632 novos eleitores nesta faixa etária.
Helso comenta que essa faixa etária tende a ser contrária à postura de Bolsonaro, por exemplo, mas que “a falta de vontade dos jovens em comparecer às urnas ainda é grande”.
”No eleitorado jovem estaria um eleitorado que, teoricamente, teria mais refração ao presidente Bolsonaro, mas isso não quer dizer que ele não vá receber votos dessa faixa etária. O TSE chegou a fazer uma campanha para aqueles jovens que ainda não são obrigados a votar [16 e 17 anos], mas ainda que tenha aumentado o número desses eleitores, o desinteresse ainda é grande”, alertou o analista político.
Questionado sobre o que o novo número de eleitores jovens poderia trazer como impactos nas eleições, Helso afirma que apesar do aumento, principalmente para eleitores de 16 e 17 anos – que não são obrigados a votar -, o número é baixo. Ele afirma que o voto feminino ainda tem mais poder.
Atualmente o estado com 51,8% de eleitoras contra 48,1% de eleitores. O eleitorado feminino teve um aumento maior em relação ao número de jovens.
Em novembro de 2020 o estado tinha 1.283.669 eleitoras, já em abril de 2022 esse número subiu para 1.299.903. Um aumento de 16.234 eleitoras ou 1,2%.
O analista comenta que apesar da vontade feminina em querer participar do processo democrático, a dificuldade em ter mulheres nos cargos elegíveis e até mesmo os alinhamentos partidários implicam no resultado.
”O pais está na retaguarda de representatividade feminina nas casas parlamentares. As mulheres estão mais interessadas em votar mas, infelizmente, por conta de direcionamentos partidários, elas acabam não tendo voto, o dinheiro [para as campanhas] não chega até elas”, explicou Helso.
Texto: João Luiz Onety
Leia Mais: