Em nota, a Fieam diz que medida tomada nesta sexta-feira, contradiz tudo o que havia sido acordado entre os industriários e o Ministério da Economia para resguardar a ZFM.
Decreto é "duro golpe" na competitividade dos produtos da Zona Franca de Manaus, diz a Fieam em nota (Foto: Divulgação/Fieam)
A Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam) emitiu nota de repúdio ao Decreto nº 10.979, datado de 25 de fevereiro de 2022, e promulgado em edição extra do Diário Oficial da União (DOU), do presidente Jair Bolsonaro e que reduz em 25% a alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), para a indústria de transformação instalada em outros Estados. A medida, defendida pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, ameaça a Zona Franca de Manaus, destaca a Fieam, já que as empresas aqui instaladas contam com isenção deste imposto.
Confira a nota da Fieam:
“A Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), vem, por meio desta nota oficial, externar seu repúdio à publicação do Decreto nº 10.979, datado de 25 de fevereiro de 2022, e promulgado em edição extra do Diário Oficial da União (DOU).
A medida contradiz tudo o que havia sido sinalizado pelo próprio governo federal em tratativas anteriores, por intermédio do Ministro Paulo Guedes e da Secretária Especial de Produtividade e Competitividade, Daniella Consentino.
O decreto, que reduz em 18,5% o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de automóveis de passageiros, e em 25% a alíquota de IPI incidente sobre os demais produtos, exclusive tabaco e seus sucedâneos manufaturados, desfere um duro golpe na competitividade dos produtos fabricados na Zona Franca de Manaus, além de impactar as receitas de estados e municípios.
O governo se utilizou de sofismas para decretar uma medida que, em linhas gerais, reduz o apelo da produção local e torna mais vantajosa a produção em outras Unidades da Federação que não possuem as dificuldades logísticas e peculiaridades do Amazonas.
Tal acinte fere indiretamente as prerrogativas constitucionais da Zona Franca de Manaus. O segmento industrial amazonense assevera que não se posiciona contrário às medidas que beneficiem a indústria nacional e o desenvolvimento de novas matrizes para o estado. É imperioso, contudo, que essa transição seja de forma gradual e planejada, não de maneira arbitrária e abrupta. O respeito à condição legal de excepcionalidade do Amazonas é fundamental.
A Fieam permanece à disposição para discutir alternativas que resguardem o modelo de desenvolvimento mais exitoso do país e que manteve 96% da floresta preservada”.
Com informações da Assessoria
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