Conselho Regional de Medicina silencia sobre o aplicativo TrateCOV

O Conselho Regional de Medicina do Estado do Amazonas (CREA-AM) silenciou sobre o aplicativo TrateGOV, do Ministério da Saúde (MS), que sugere remédios, como a hidroxicloroquina e cloroquina, a partir de um sistema de pontos definidos a partir de sintomas semelhantes aos da Covid-19 relatados por um paciente.

“De ordem da Diretoria, informamos que o CREM-AM segue as diretrizes do CFM (Conselho Federal de Medicina)”, diz o comunicado enviado pela secretaria do conselho regional sem informar mais detalhes sobre a orientação do CFM.

O advogado e professor de Direito, Ronaldo Lemos, defendeu em suas redes sociais que o aplicativo do governo federal, que indica “tratamento precoce” para a covid-19, pode configurar crime de responsabilidade. O jurista foi ouvido pelo Portal Congresso em Foco.

Em Manaus, o ministro Eduardo Pazuello lançou, no dia 14, a ferramenta para agilizar o atendimento e o diagnóstico rápido da Covid-19. O MS diz que a Prefeitura de Manaus habilitou 342 médicos no aplicativo, que está inserido na plataforma Redcap do MS. 

Indisponível

A plataforma e o site do aplicativo foram retirados do ar na quarta-feira (21) após a repercussão da ferramenta receitar o “kit-Covid” com medicamentos sem eficácia comprovada mesmo sem o paciente informar sintomas específicos da doença.

O MS informa, em seu site, que o TrateCOV sugere opções terapêuticas disponíveis na literatura científica atualizada, sugerindo a prescrição de medicamentos.

Ineficaz

A Sociedade Brasileira de Infectologia alerta que nenhuma medicação tem eficácia na prevenção e orienta as pessoas a procurar um posto de saúde para que o médico faça o diagnóstico clínico.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) esclareceu que não há alternativa terapêutica contra a doença, após o presidente Jair Bolsonaro, defensor do uso da cloroquina, insistir no “tratamento precoce”.

RT1 questionou a  Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) sobre o cadastro de médicos de Manaus, mas não houve resposta. A reportagem entrou em contato com o CFM e aguarda nota de posicionamento.