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No primeiro dia de vigência do decreto que restringe a circulação de pessoas no Estado nas 24 horas do dia, boa parte da população ignorou que deveria ficar em casa e sair somente quando estritamente necessário. A movimentação na capital, na manhã desta segunda-feira (25), mostrou que falta conscientização à população. Falta se convencer de que as medidas restritivas são extremamente necessárias para conter a velocidade de disseminação do vírus e diminuir o número alarmante de novos casos diários.
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Se à população falta consciência do perigo e da gravidade da situação, ao poder público falta mais rigidez na fiscalização e punição. As pessoas precisam saber que serão abordadas, e podem até mesmo ser detidas, se descumprirem a determinação de só sair de casa para o supermercado, farmácias e atendimento médico.
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A lista de vacinados contra a Covid-19, divulgada pela prefeitura de Manaus no domingo (24), contém o nome de três secretários municipais: Jane Mara Oliveira (da Mulher, Assistência Social e Cidadania), Sabá Reis (Limpeza Pública) e Shádia Fraxe (Saúde). Em entrevista ao Programa Manhã de Notícias, o prefeito David Almeida justificou que a vacinação de Shádia, que é médica, tem respaldo por ela ser profissional da saúde no combate à pandemia.
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David Almeida justificou a vacinação de Sabá por ele estar à frente do setor de sepultamento e por entrar em contêineres refrigerados usados para armazenar vítimas, inclusive, da Covid-19. Jane teria recebido a vacina por constar na lista enviada pelo Governo do Estado. Na relação, ela está no grupo de assistentes sociais.
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O prefeito disse, ainda, que não foi vacinado, não tem anticorpos para a doença (embora tenha anunciado que se infectou ainda quando candidato) e que irá esperar a sua vez na fila. Ele declarou que nenhum dos seus familiares foi vacinado e que a pessoa na lista com o sobrenome Almeida não pertence à sua família.
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David Almeida pediu perdão pelos “fura-fila”. Voltou a falar que a prefeitura apenas aplica a vacina e recebe do Governo do Estado a lista com os servidores públicos que receberão o imunizante, sendo de responsabilidade do executivo estadual as pessoas que foram e serão vacinadas nas unidades de saúde do Estado.
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Segundo David, a conduta de servidores públicos municipais vacinados sem a devida comprovação será analisada e serão aplicadas as punições cabíveis. Ele anunciou que a prefeitura trabalha na criação de um aplicativo que permitirá acompanhar a vacinação em tempo real, tornando a execução ainda mais transparente.
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Se depender da juíza federal Jaiza Fraxe, os “fura-fila” não devem ter perdão. Em decisão na qual mostrou firmeza, proibindo o acesso à segunda dose da vacina a quem tomou a primeira dose sem pertencer ao grupo prioritário da vez, a juíza acenou com punição aos infratores. Jaíza Fraxe também exigiu à prefeitura a publicação da lista dos vacinados, determinação que foi cumprida na noite de domingo (24).
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Jaiza Fraxe também fez questão de esclarecer que, apesar do sobrenome idêntico, não conhece e não tem parentesco com a secretária municipal de Saúde, Shadia Fraxe, uma das que constam na lista de vacinados que a Prefeitura de Manaus publicou.
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As 50 mil doses de vacina anunciadas pelo governador de São Paulo, João Dória (PSDB) como doação para imunizar os profissionais de Saúde do Amazonas ainda não chegaram ao Estado. Há uma indicação que podem chegar nesta quarta-feira (27), mas até o fim de semana não havia nem previsão de chegada.
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A demora no envio das doses de CoronaVac prometidas por Dória faz lembrar o caso do navio Guaramiranga, muito esperado para aportar em Manaus com mantimentos no período da II Guerra Mundial e que nunca chegou. O episódio acabou transformando-se em uma expressão local usada quando algo está demorando muito a chegar: “Está vindo no Guaramiranga”.
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Pressionado e na esperança de diminuir seu desgate em Brasília, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, desembarcou na noite de sábado (23) em Manaus. A assessoria de imprensa do Ministério da Saúde (MS) informou que a agenda de Pazuello na capital é formada por “reuniões com o governo e a equipe da pasta”, sem dar mais detalhes sobre a programação da estada do ministro na capital.
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A viagem ocorre após a Procuradoria Geral da República (PGR) pedir abertura de inquérito contra Pazuello para apurar se houve omissão em relação à crise decorrente da falta de oxigênio hospitalar em Manaus. Ao site O Antagonista, o MS comunicou que o ministro “não tem voo de volta a Brasília” e “ficará no Amazonas o tempo que for necessário”.