Ex-superintendente da PF no Amazonas, delegado Alexandre Saraiva, foi o pivô da queda do então ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Saraiva foi transferido para o Rio.
Por conta da notícia-crime, Alexandre Saraiva perdeu o comando da superintendência no Amazonas e ainda foi transferido para o município de Volta Redonda, Rio de Janeiro (Foto: Divulgação)
O ex-superintendente da Polícia Federal no Amazonas (PF), delegado Alexandre Saraiva, reagiu a decisão da Justiça Federal de liberar madeira apreendida pela PF na operação ocorrida em dezembro de 2020 que provocou a queda do então ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles.
A Operação Handroanthus comanda por Alexandre Saraiva provocou a apreensão de mais de 200 mil metros cúbicos no valor de R$ 130 milhões de madeira, a maior apreensão na história da PF.
Na época, o ministro Ricardo Salles viajou ao Pará sob o pretexto de mediar conflito de madeireiros, mas sua participação virou alvo de uma notícia-crime feita impetrada por Alexandre Saraiva no Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta tentativa de atrapalhar as apurações em andamento.
“Estou muito curioso para saber os fundamentos do pedido do advogado. Mais ainda as razões jurídicas da decisão que devolveu o produto do crime para os criminosos. Eu só não entendo uma coisa: se a apreensão das madeiras na operação Handroanthus foi indevida, porque não me processam por abuso de autoridade?”, questionou o delegado.
A decisão liminar que liberou a madeira apreendida foi obtida pelo advogado do presidente Jair Bolsonaro (PL), Frederick Wassef. A decisão vai beneficiar um dos alvos da operação.
O caso abriu uma crise política que culminou com a queda de Ricardo Salles do Ministério do Meio Ambiente. A ministra Cármen Lúcia, do STF, autorizou a abertura de investigação sobre suposta tentativa do ministro de embaraçar investigações. Salles pediu demissão em junho.
Por conta da notícia-crime, Alexandre Saraiva perdeu o comando da superintendência no Amazonas e ainda foi transferido para o município de Volta Redonda, Rio de Janeiro.
Texto: Jefferson Ramos
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