Com o fim dos subsídios da Lei Aldir Blanc, o setor responsável por 1,9% do PIB (Produtos Interno Bruto) do Estado busca a destinação de R$ 30 milhões emendas parlamentares.
Instituições amazonenses se unem para ajudar setor cultural (Foto: Reprodução)
A campanha SOS Trabalhadores da Cultura, que reúne 10 instituições representativas, está cobrando do poder público ações de auxílio aos trabalhadores do cultural do Amazonas, paralisado devido ao risco de contaminação pela Covid-19.
Com o fim dos subsídios da Lei Aldir Blanc, o setor, que é responsável por 1,9% do PIB do Estado, busca a destinação de R$ 30 milhões de emendas parlamentares nas três esferas de poder, para garantir o sustento de ao menos 15 mil artistas que estão em situação de vulnerabilidade social.
A cultura no Brasil, segundo o representante da campanha e membro da Academia Amazonense de Música (AAM), Paulo Marinho, sofre um desmonte desde 2017 com a redução dos investimentos providos pelo Governo Federal.
Os últimos decretos governamentais para o fechamento de serviços não-essenciais, para ele, são apenas uma amostra do que a cultura criativa vem sofrendo ao longo no último ano.
“As pessoas estão sentindo na pele com 15 dias de decreto e tão para morrer. Imagine a gente que a maioria está há um ano sem poder trabalhar”, lamenta.
Paulo, diz que a liberação dos recursos federais por meio da Lei Aldir Blanc foi mal distribuída e devido ao curto período de submissão de projetos, os artistas menores ficaram de fora e “as pessoas que realmente precisam não foram atendidas”.
Ao todo, os editais administrados pelo Estado, financiado pela União, receberam as inscrições de 900 projetos no Amazonas, porém pouco mais de 300 foram selecionados.
Apesar disso, durante o período da pandemia as associações colaboraram com ações de assistência social às famílias de técnicos, produtores, artesãos, dentre outros trabalhadores da cultura, porém com o passar do tempo as cooperações foram reduzindo.
Um ofício já foi enviado à Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) solicitando uma audiência pública com os deputados.
No entanto, a maior dificuldade enfrentada pelo setor, de acordo com Paulo, é o estereótipo social que reconhece apenas como artistas os que obtém fama e a falta de reconhecimento da arte como uma profissão o que acaba prejudicando também a conversação com o meio político.
“A nossa briga é se fazer entender que a arte não é hobbie. É um meio de sobrevivência e existe uma cadeia gigante de pessoas que precisam trabalhar”, explica o músico.
Como ação imediata, o presidente da Federação Amazonense de Música (FETAM), Francis Madson esclarece que os artistas solicitam a expansão do Auxílio Manauara e Estadual, a destinação de recursos via editais e uma legislação para proteger nos próximos 5 anos a liberação de editais na Secretária de Cultura do Amazonas (SEC) e na Manauscult.
Sem perspectiva para ‘antigo normal’, segundo ele: “a resolução para o retorno das nossas atividades é a vacinação em massa. Se isso não acontecer nós teremos idas e vinda e muitas perdas de artistas e da sociedade no geral”.
Participam da campanha: a Academia Amazonense de Música, a Ordem dos Músicos do Brasil no Amazonas, a Federação do Teatro do Amazonas, a Associação Backstage do Amazonas, o Fórum de Áudio Visual, a Associação de entretenimento do Amazonas, o Coletivo Difusão, Associação dos Artistas Circenses, a Frente Hip Hop do Amazonas e a Liga dos Grupos Folclóricos do Amazonas.
Texto: Giovanna Marinho