Em três dias, redução do horário de funcionamento gerou queda de 70% no faturamento semanal. Empresas estão demitindo funcionários, concedendo férias e até fechando portas.
Decreto estabelece funcionamento dos postos de 6h às 18h (Foto: Reprodução)
Nos últimos três dias, o segmento de postos de combustíveis registrou queda de aproximadamente 70% no faturamento, em relação às semanas anteriores, decorrente da diminuição no fluxo de veículos e da interrupção nos abastecimentos durante a noite.
Os prejuízos seriam consequências das restrições de circulação devido à pandemia de Covid-19, estabelecidas pelo Decreto 43.315, de 25/01/2021 do Governo do Estado, que determina o horário de funcionamento dos postos de combustíveis de 6h às 18h.
De acordo com o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo, Lubrificantes, Álcoois e Gás Natural do Estado do Amazonas (Sindicombustíveis-AM), Eraldo Teles Filho, os prejuízos já estão gerando falência.
“Infelizmente está sendo necessário demitir muitos funcionários e dar férias para outros que trabalhariam à noite. Muitos postos de gasolina já estão fechados e à venda”, informou.
“Alimento, água, remédio e combustível é vida. E esse decreto está na contramão do que é essencial para a vida da população”, reclamou.
Segundo Teles Filho, o setor já vinha em constante queda desde o início da pandemia. Segundo ele, as perdas já somam quase 50%.
O vice-presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis do Amazonas (Sindicam), Geraldo Dantas, também fala em redução nas vendas.
Segundo ele, os postos de combustíveis precisaram inclusive adaptar atividades de frentistas à função de vigias noturnos para evitar mais demissões.
“Há queda nas vendas, mas não há outro jeito. É um sacrifício que precisa ser feito, neste momento. O funcionário que trabalha no horário da noite fica no posto, mas somente na função de guarda noturno, até às 6h”, disse.
Reportagem: Priscila Caldas
Leia mais: