Economistas orientam que a saída para conseguir manter o uso do gás de cozinha está na reorganização do orçamento familiar.
Preço do gás de cozinha aumentou 40% nos dois últimos anos (Foto: Reprodução)
Nos últimos dois anos o preço do gás de cozinha aumentou 40% no Amazonas. Conforme números da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) o valor da botija de 13 quilos do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) que custava R$75,08 em janeiro de 2020, saltou para R$105,7 em dezembro de 2021. Com a escalada dos preços e a redução na renda, impactada pela inflação, economistas orientam que a saída para conseguir manter o uso do gás de cozinha está na reorganização do orçamento familiar.
Segundo a tabela de evolução de preços divulgada pela ANP, no Amazonas, o valor da botija de gás elevou 12% de janeiro (R$75,08) a dezembro de 2020 (R$83,97). Enquanto em 2021 o reajuste dobrou para 24% quando em janeiro a botija custava R$85,03, alcançando os R$105,7 em dezembro.
Nos dois anos analisados a base de cálculo do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) é de 18%, segundo a ANP.
Para o economista Ailson Rezende, os reajustes constantes estão atrelados à política de preços da Petrobrás, que tem como base o Preço de Paridade de Importação (PPI), onde os preços de derivados de petróleo nas refinarias são formados a partir das cotações no mercado internacional, acrescidas de custos de internação dos produtos.
Rezende explica que o preço do gás de cozinha acompanha a variação do valor dos combustíveis, impactando as famílias, principalmente as de menor renda.
“O reajuste do preço do gás de cozinha é perverso. Muitas famílias estão aderindo ao uso de lenha para cozinhar. Isso ocorre principalmente no interior porque o valor da botija eleva ainda mais por conta do frete. Há municípios onde a botija custa quase R$150”, disse.
“A saída que consigo ver é o consumidor organizar as finanças para conseguir comprar a botija de gás. Outra saída é a expansão do Gás Natural (GN) às residências, mas não sabemos quando isso acontecerá. Com certeza será mais barato para o consumidor”, completou.
De acordo com o economista Rodemarck Castelo Branco, uma alternativa para tentar amenizar os impactos sociais e garantir que famílias de baixa renda mantenham o uso do gás de cozinha é o governo federal subsidiar o valor do botijão de gás. Para isso, ele explica que o governo precisa remanejar recursos de um local para destinar ao gás.
Por meio deste link você pode obter informações sobre o programa do auxílio gás, do governo federal.
“O governo deve subsidiar o gás de cozinha para atender à população. Será necessário retirar recursos de um local para destinar ao benefício social. A tendência é que nos próximos dias ocorram novos reajustes por conta de crises internacionais como a Rússia com a Ucrânia”, comentou.
Texto: Priscila Caldas
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