Fabricantes anunciam a possibilidade de reduzir número de linhas de produção até o final de 2021, na tentativa de ajustar o planejamento produtivo ao volume de insumos.
Crise dos componentes ameaça linhas de produção no PIM. (Foto: Reprodução)
Desajustes na cadeia de suprimentos mundial seguem afetando a produção no Polo Industrial de Manaus (PIM). Segundo as entidades que representam as indústrias no Amazonas, fabricantes começam a comunicar a possibilidade de redução no número de linhas de produção até o final de 2021, na tentativa de conseguir ajustar o planejamento produtivo aos volumes de insumos recebidos.
“Temos o caso de uma indústria que já anunciou férias coletivas para tentar reduzir a produção enquanto o suprimento seja normalizado. E temos outras empresas que já nos reportaram que estão tendo dificuldades para continuar com todas as linhas de produção em funcionamento até o final do ano”, informou o vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Nelson Azevedo.
Azevedo enfatizou que o cenário de desabastecimento de componentes eletrônicos gera aumento no custo de produção, escassez de produtos e, consequentemente, aumento de preços ao consumidor final.
A situação vem sendo agravada pela proliferação de casos da variante Delta na Ásia, onde estão concentrados os principais fornecedores dos insumos. Portos enfrentam congestionamentos, além da falta de navios e de conteineres para longos trajetos.
“Mas como o controle da pandemia com o avanço da imunização da população, acreditamos que em meados do próximo ano ou no máximo até o final de 2022 a situação já esteja regularizada”, disse Azevedo.
O presidente do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam), Wilson Périco, disse que algumas empresas resolveram conceder férias coletivas, como foi o caso da Yamaha Motor da Amazônia, e outras, informaram que planejam ações similares para tentar ajustar o planejamento produtivo ao volume de insumos.
“O fornecedor, hoje, não tem capacidade para atender à demanda global reprimida em curto espaço de tempo. Isso está gerando impactos às indústrias no PIM. Por conta disso, algumas empresas resolveram conceder férias, licença remunerada, para que possam recompor esses estoques e voltarem a cumprir o plano de produção sem maiores atropelos”, disse.
“Outras empresas pensam em adotar ações similares para poder acomodar a questão do planejamento, cumprimento desse plano com o abastecimento de insumos”, completou Périco.
A fabricante Yamaha informou que suspenderá os trabalhos em parte das linhas de produção de motocicletas e motores de popa, no período de 9 a 24 de setembro. O problema, segundo a empresa, é o agravamento no desabastecimento de insumos ocasionado pela proliferação da variante Delta, na Ásia, principal fornecedor dos componentes às indústrias.
Conforme a Yamaha, os trabalhadores que operam nas linhas afetadas entrarão em férias coletivas. Enquanto as demais atividades operacionais das empresas que integram o Grupo Yamaha do Brasil seguirão em regular atividade durante todo o período.
“Considerando a situação adversa do cenário logístico internacional, causada pelos efeitos da pandemia pela variante Delta do coronavírus na Ásia, e visando ajustar o fluxo do recebimento de insumos, o Grupo Yamaha suspenderá as atividades em algumas de suas linhas de produção de motocicletas e motores de popa, no período de 9 a 24 de setembro. Nas linhas afetadas, os colaboradores estarão em férias coletivas.
Parte da produção, assim como as demais atividades operacionais das empresas do Grupo Yamaha do Brasil, permanecerão em regular atividade durante esse período”.
Texto: Priscila Caldas
Leia Mais: