A estatal recebeu US$ 28,4 milhões nesta quarta (25) e os US$ 161,1 milhões restantes serão pagos no fechamento da operação.
(Foto: Divulgação/Petrobras)
A Petrobras comunicou ao mercado nesta quarta-feira (25) que assinou hoje contrato para venda da Refinaria Isaac Sabbá (Reman), localizada no Amazonas, por US$ 189,5 milhões. A companhia destaca que a operação está sujeita à aprovação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
O negócio será firmado com a Ream Participações, constituída por sócios da Atem’s Distribuidora de Petróleo.
A Petrobras recebeu US$ 28,4 milhões, hoje, e os US$ 161,1 milhões restantes serão pagos no fechamento da operação.
De acordo com a estatal, as operações da refinaria serão mantidas até a conclusão do negócio. A Petrobras afirma ainda que “continuará apoiando a Atem’s, de forma a preservar a segurança e continuidade operacional”.
Situada em Manaus, a Reman possui capacidade de processamento de 46 mil barris/dia e seus ativos incluem um terminal de armazenamento.
Após o comunicado da Estatal, o Sindicato dos Petroleiros do Amazonas (Sindipetro-AM) se pronunciou contra a venda da refinaria, que, segundo o Sindipetro, é uma venda arbitrária.
O Sindipetro disse que, junto à Federação Única dos Petroleiros (FUP) e sindipetros filiados, avalia com o Departamento Jurídico medidas para impedir a venda da Reman que, segundo o Sindicato, irá acarretar consequências negativas para a economia do Estado do Amazonas e também para a população que é vítima do desmonte da Petrobrás ao pagar valores abusivos no preço da gasolina e botijão de gás de cozinha.
Em nota, o Sindipetro-AM alerta para o “monopólio privado regional, o risco de desabastecimento, o aumento dos preços de combustíveis no Amazonas e na região Norte, tendo em vista que a Reman é o único ativo da região”.
Ainda segundo a nota, de acordo com estudos técnicos realizados por universidades e pelo Instituto de Estudos Estratégicos do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), “a venda das refinarias de forma separada, diferente de como funciona o Sistema Integrado da Petrobrás, cria os monopólios privados regionais que, sem concorrência, as oscilações de valores de combustíveis tende a aumentar.
O coordenador geral do Sindipetro-AM, Marcus Ribeiro, ressalta que a luta da categoria amplia a cada fase de venda da Refinaria e que o sindicato está comprometido com a defesa da Petrobrás como estatal para o povo.
“A gestão da Petrobrás, a mando da política entreguista de Bolsonaro e Paulo Guedes, entrega de bandeja um ativo de suma importância para o abastecimento da região Norte e também para seu desenvolvimento econômico e social. A população de Manaus, do Amazonas e de cidades e estados abastecidos pela Reman vão estar nas mãos do mercado privado que irá impor preços e que não terá obrigação de oferecer produtos, podendo ocasionar o risco de desabastecimento da região”.
O coordenador geral da FUP, Deyvid Bacelar, também destaca os prejuízos da venda da Reman, da Rlam e demais refinarias postas à venda. “Está claro que a decisão da gestão da empresa de vender a RLAM, a Reman e outras refinarias não se trata só de causar prejuízo à empresa, mas a todo o país. É uma forma de impor na marra a política de Preço de Paridade de Importação (PPI), criando à força uma política de Estado que favoreça o mercado e prejudique a população, o que é ainda mais absurdo”.
Ainda conforme o Sindipetro-AM, a venda da Refinaria, patrimônio do Amazonas, foi realizada sem transparência e vendida por preço irrisório seguindo o modelo de desmonte também aplicado na Refinaria Landulpho Alves (Rlam), localizada na Bahia e a primeira a ser vendida pela atual gestão da Petrobrás.
Da Redação, com informações do Valor Econômico.
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