Segundo avaliação de representantes do setor, a nova tecnologia, caso implantada de forma satisfatória, poderá proporcionar agilidade ao processo produtivo, ao operacional.
Internet ruim e falta de investimentos travam crescimento do PIM (Foto: Reprodução)
Internet de má qualidade, falta de recursos e de políticas de investimento por parte do poder público, somados a fatores econômicos e sanitários internacionais, travam o desenvolvimento tecnológico do Polo Industrial de Manaus (PIM), afirmam especialistas na área de automação. Em meio a esse cenário, a indústria do estado enxerga na oferta da tecnologia 5G na capital, como um possível grande vetor de crescimento, podendo alavancar em até 30% a produção, caso ocorra de forma satisfatória.
O coordenador da Comissão de Desenvolvimento, Automação e Inovação (CDAI) – do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam) e subcoordenador da Coordenação de Tecnologia e Inovação (CTI) – realizado por meio de parceria entre o Cieam e a Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Paulo Xavier, a internet 5G, caso ofertada com boa qualidade, representará um novo momento para a indústria amazonense.
“A tecnologia 5G é um ‘divisor de águas’ principalmente em decorrência de soluções que vêm por trás dessa tecnologia. A nova tecnologia proporcionará agilidade ao processo produtivo, ao operacional, mecânico e ao sistêmico. Desenvolvemos estudos que apontam possibilidade de crescimento produtivo entre 20% e 30% ao ano a partir da inserção da nova tecnologia aos processos industriais”, informou.
Porém, ele explica que caso a oferta da internet 5G ocorra da mesma forma que a implementação do 4G, considerada como insatisfatória para o PIM, não ocorrerão mudanças. Xavier ainda ressalta que além da oferta da tecnologia, a indústria precisa de mecanismos que possibilitem o avanço produtivo em paralelo à evolução tecnológica.
“Não adianta somente aprovar o 5G. É necessário que a empresa detentora da concessão para a oferta do sinal faça investimentos e entregue o sinal adequado. A indústria necessita de recursos, de política de investimentos por meio de todas esferas do poder público, de incentivos através de leis ou mecanismos que possam dar celeridade à capacitação dos profissionais que atuarão com essa tecnologia”, avaliou.
Segundo o coordenador fatores externos também afetam o desenvolvimento do PIM no aspecto tecnológico. Ele citou ocorrências como a guerra entre a Rússia e a Ucrânia; a continuidade da Covid-19 na China, que afeta operação industrial e logística; o câmbio, que impacta na redução das importações e afeta a compra de equipamentos para o setor de automação; e ainda, as eleições presidenciais.
Texto: Priscila Caldas
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