segunda-feira, 20 de maio de 2024

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'Mesmo sob ditadura camuflada, golpe não virá', avalia um dos criadores do PT

Foragido político por 15 anos, Carlos Augusto, para muitos Raimundo Cardoso viveu escondido em Manaus; integrou o PCdoB na década de 70 e está no PT há 43 anos.
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Carlos Augusto Lima Paz, o Raimundo Cardoso durante a Ditadura Militar (Foto Isac SharlonRealTime1)

Militante antes do período da Ditadura Militar, Carlos Augusto Lima Paz, hoje com 81 anos, diz que é conhecedor da política desde os 16 anos, quando integrou movimentos estudantis no nordeste brasileiro. Em visita a Manaus esse mês, ele avalia que o atual Governo Federal tem o controle sobre um setor das Forças Armadas, mas que não é suficiente para concretizar um novo golpe militar.

Para ele, o governo de Bolsonaro é o pior da história do Brasil, resultando em constantes retrocessos.

“Infelizmente, esse desgoverno leva com ele um setor das Forças Armadas que também é retrógrado e para nós é uma vergonha. A gente não caminha para um retrocesso porque já estamos vivendo em um com esse governo entreguista, que fez o nosso país voltar a algumas décadas”, avalia o militante, que tem passagem pelo PCdoB e hoje está no PT.

Carlos foi por quinze anos, no período da Ditadura Militar, em vigor no Brasil de 1964 a 1985, um foragido político. Foi perseguido, enquadrado na Lei de Segurança Nacional e adotou o nome de Raimundo Cardoso de Freitas para sobreviver em meio às represálias impostas pelo regime militar.

Ditadura camuflada

No cenário político atual, Raimundo diz que há um “movimento ainda camuflado” no atual governo em relação a um regime militaresco. No entanto, ele acredita que o país não passará por uma nova ditadura caso Bolsonaro perca as eleições de outubro.

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“Isso [governo Bolsonaro] é uma ditadura disfarçada se aproveitando de uma coisa chamada democracia”, critica o militante.

Sobre Raimundo Cardoso

Vivendo como Raimundo Cardoso de Freitas no Amazonas desde o anos de 1975, já durante a ditadura militar, Carlos conquistou formação acadêmica, integrou movimentos estudantis e ajudou a formar a cédula que deu origem ao PCdoB. Em 1979, participou da aprovação das teses de criação do Partido dos Trabalhadores e até hoje está atuante na sigla.

Atualmente morando no Acre, ele ajuda na preparação de novos nomes para a política.

“Onde tem bons quadros, vamos fazer política. Eu gosto de preparar os outros para se candidatar a cargos eletivos”, disse.

Rápida visita a Manaus

A entrevista concedida por Carlos Augusto Lima Paz ao RealTime1 foi durante o evento de lançamento do livro “Novas Utopias – A esquerda de Manaus em 13 atos”, do ex-senador e militante do PT Amazonas, João Pedro. O encontro reuniu lideranças partidárias do PCdoB e PT das décadas de 70, 80 e 90. Carlos veio à capital amazonense exclusivamente para prestigiar o lançamento do livro.

Texto: Isac Sharlon

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