quarta-feira, 17 de abril de 2024

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'O momento para Manaus é de alerta', afirma pesquisador sobre Covid-19

O pesquisador descartou a segunda onda agora, decorrente do aumento de casos registrados recentemente. Contudo recomendou "medidas restritivas mais rigorosas".
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Pandemia Covid 19
Medidas de isolamento devem ser respeitadas.

Na tarde desta terça-feira, professores pesquisadores da área de Comunicação Social, Allan Rodrigues, Carlos Monteiro e Edilene Mafra, conversaram com o coordenador geral do Projeto Atlas ODS, Henrique Pereira, sobre a possibilidade de uma segunda onda de contágio pelo Corona Vírus no Amazonas.

“O momento para Manaus é de alerta! Se você deu uma relaxada nas medidas de distanciamento social, dê um passo atrás. A situação não é tão grave como no pico da pandemia, mas as mortes importam”, observou o ecólogo que coordena a pesquisa.

Durante duas horas ele respondeu questionamentos na live transmitida pelo canal do You Tube criado pelo Projeto de Extensão “Portal da Ciência”, da Universidade Federal do Amazonas (UFAM). O Portal faz parte das ações de popularização do conhecimento científico produzido na Amazônia implementadas pelo Grupo de Pesquisa em Comunicação Cultura e Amazônia (Trokano).

Segunda onda

O pesquisador descartou a chamada segunda onda agora, decorrente do aumento no número de casos que foram registrados no mês de setembro. Contudo, recomendou “medidas restritivas mais rigorosas de atividades não essenciais”.

Para ele, o aumento do número de casos não vai atingir os índices alarmantes registrados em maio e atribui o índice menor de letalidade do momento ao fato de que agora a população contaminada está na faixa etária mais jovem (de zero a 19 anos e de 19 a 29 anos).

“Isso se deve a duas hipóteses: a de que os jovens apresentam índices de letalidade menor do que de grupos etários mais velhos porque adoecem de forma menos grave e/ou os profissionais de saúde estão sabendo tratar melhor a doença”, afirmou.

Contudo, o pesquisador da Ufam alertou que, num próximo ciclo de gripe, o vírus possa voltar e aí, sim certamente teremos que enfrentar uma segunda onda da pandemia.

Lockdown

Questionado sobre a recomendação do “lockdown”, o pesquisador comentou sobre a ampla liberdade semântica da expressão e afirmou que no sentido literal da palavra – de fechamento total de todas as atividades, durante as 24 horas do dia – não é uma providência necessária para o momento.

Mas, complementou o raciocínio afirmando que medidas restritivas mais rigorosas são essenciais para a redução do número de casos.

Imunidade de rebanho

Sobre outra expressão muito comum quando o assunto é a pandemia, o cientista informou que há uma compreensão equivocada do termo “imunidade de rebanho”, que foi criado para explanar a teoria/ideologia que justificasse a vacinação de massa para certas doenças.

Henrique explicou, ainda, que essa condição de proteção coletiva não aconteceu de fato e citou uma pesquisa da Universidade de Pelotas que realizou uma enquete sorológica. O estudo atestou que apenas 20% apresentaram arranjos da doença.

O cientista fez uma analogia ainda sobre o conceito de imunidade de rebanho e disse que “nós somos o pasto para o vírus”, tendo em vista que a contaminação é decorrente do contato entre as pessoas.

Transmissão comunitária

De acordo com o pesquisador, segundo os dados do Portal de Transparência do Município, hoje o vírus está presente em todos os bairros de Manaus.

Ele afirmou que a Ponta Negra, na Zona Oeste, é o bairro com maior proporção de infectados da doença atualmente para cada 100 mil habitantes, mas que o bairro com maior número de casos é Cidade Nova, na Zona Norte da Cidade.

Reportagem: Daniela Tipiti

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