Apesar da escassez de insumos, do aumento da cotação do dólar e do encarecimento dos custos de produção, entidade está otimista com relação ao desempenho do PIM em 2021.
Desempenho representa um crescimento em moeda nacional de aproximadamente 10,06% em relação a 2019 (Foto: Divulgação)
O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Antônio Silva, acredita que o Polo Industrial de Manaus (PIM) deve superar as projeções negativas e fechar o ano de 2020 com faturamento de R$ 115,27.
Caso o resultado se confirme, o desempenho vai representar um crescimento em moeda nacional de aproximadamente 10,06% em relação a 2019.
Esse resultado fica negativo quando convertido para o dólar: a estimativa de faturamento, de US$ 21,87 bilhões, significa uma queda de 17,31% em relação ao ano anterior.
“O aprendizado que o setor industrial obteve, provocado pelas numerosas perdas, pelas novas dificuldades surgidas e pelos ganhos conseguidos, nos leva a findar o ano e iniciar 2021 com a esperança renovada de dias melhores. Ser positivista não é pecado, é fé em Deus, fé no trabalho e na crença de que quando queremos algo com empenho podemos conseguir”, disse.
Em relação ao nível de emprego no PIM, Silva estimou que haverá uma queda de 1,7% em relação ao ano passado.
O ano deve fechar com o total de 89.962 trabalhadores, entre efetivos, temporários e terceirizados, levando-se em consideração as vagas preenchidas com a recuperação vivenciada a partir do terceiro trimestre.
“Felizmente, a adoção de medidas sensatas, conseguiu fazer com que a queda da nossa economia fosse amenizada, diminuindo as perdas nacionais e no Amazonas causadas pela pandemia do Coronavírus, como se depreende dos dados coletados e das projeções formuladas”, disse Antonio Silva.
Com base nos resultados do PIM, no 1º trimestre de 2020, que apontavam para um crescimento de 25,2% em relação ao mesmo período do ano anterior, o presidente da FIEAM diz que tudo indicava um desempenho extraordinário da indústria e da economia como um todo neste ano. E veio a pandemia.
Entre os desafios superedos pelo modelo neste ano, Antonio Silva destaca a escassez de insumos, o aumento da cotação do dólar e o encarecimento vertiginoso dos custos de produção.
“A partir de abril, o surto epidêmico tornou mais difícil a vida de todos, com consequências muito fortes para as atividades econômicas. Sofremos muito com a escassez de insumos, o aumento da cotação do dólar e o encarecimento vertiginoso dos custos de produção, que impactaram com reflexos em todos os segmentos da sociedade, provocando queda de arrecadação de impostos, falta de produtos, redução de faturamento das empresas, desemprego etc”, lembrou Antonio Silva.
Quanto às projeções para 2021, Antonio Silva disse que acredita na recuperação econômica do Brasil e num mercado interno vigoroso a exigir mais investimentos públicos e privados, e mais vagas de trabalho.
Mas, segundo ele, a recuperação vai depender do controle da pandemia e da forma como serão aprovadas as reformas tributária e administrativa.
Ainda de acordo com a Fieam, em 2020 a entidade e seus parceiros institucionais tiveram dificuldades para reverter uma ameaça, justamente na área tributária sobre o polo de concentrados para refrigerantes do PIM.
Logo no início do ano, a alíquota de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), desse segmento, foi reduzida para 4%, o que, segundo Antonio Silva, diminuía o crédito para quem adquiria o produto e inviabilizava os empreendimentos implantados na Zona Franca de Manaus (ZFM).
Depois de conseguir que o governo restabelecesse a alíquota de 8%, mas com validade até 30 de novembro de 2020, o grupo representado por empresários, entidades sindicais, governo e parlamentares do Estado garantiu a promulgação do Decreto nº 10.523, de 19 de outubro de 2020, mantendo a alíquota de 8% por tempo indeterminado. O decreto entra em vigor em fevereiro de 2021.
Por causa desta insegurança jurídica, Antonio Silva afirma que a reforma tributária vai continuar no centro das preocupações do Sistema Fieam até que, segundo ele, seja aprovado um projeto que tenha uma referência clara à Zona Franca de Manaus e uma garantia da manutenção de seus benefícios fiscais, que são essenciais para o desenvolvimento e crescimento socioeconômico da região.
“Precisamos estar atentos aos frequentes ataques ao Projeto ZFM, bem como às medidas que possam nos afetar negativamente e tirar as vantagens fiscais a que temos direito”, disse Silva.
Leia mais: